BRASÍLIA. O Brasil é
o sexto maior empreendedor entre 30 países de todos
os continentes, ficando atrás de Uganda, Venezuela,
Argentina, Chile e Nova Zelândia, segundo a pesquisa
Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que monitora o nível
de empreendedorismo nestes países. Mas a pesquisa,
divulgada ontem, revelou também que os brasileiros
pecam pela qualidade das suas atividades empreendedoras: de
cerca de 13 milhões de empreendimentos existentes ano
passado, 85% não tinham qualquer condição
de expansão no mercado, não usavam tecnologia
de ponta e não ofereciam produtos inovadores.
“Quanto à expansão de mercado, a situação
brasileira é pouco atraente, pois segundo análise
de diversos fatores, 85% das atividades desenvolvidas em 2003
refletem empreendimentos com nenhuma possibilidade de expansão
de mercado e outros 15% situam-se em setores, em que se vislumbra
pequena expansão”, diz o resultado da pesquisa.
Um dos entraves ao êxito dos negócios no país
é o baixo nível de escolaridade e renda, além
da inexistência de programas governamentais que estimulem
novos empreendimentos. Segundo o presidente do Sebrae, Silvano
Gianni, outro grande problema é a legislação,
que dá o mesmo tratamento a todas as empresas, independentemente
do seu tamanho, e a burocracia.
"O Brasil é um dos países que mais empreendem,
mesmo diante de uma legislação absurda para
os negócios de pequeno porte, com excesso de burocracia
e impostos e dificuldades de acesso ao crédito e à
tecnologia", afirmou Gianni.
Cai percentual de negócios por necessidade
Segundo a pesquisa, o percentual de abertura de negócios
pela percepção de novas oportunidades subiu
de 43% para 53%. E por necessidade caiu dez pontos percentuais
para 43%. Esse é um indicador positivo, pois as empresas
criadas sob a ótica da oportunidade são mais
preparadas. Quem empreende por necessidade é geralmente
quem perdeu o emprego e teve que abrir um negócio para
sobreviver.
Apesar do melhoria do indicador, o Brasil ainda está
longe da média mundial: enquanto 5,5% dos brasileiros
investem por necessidade, esse percentual cai para 2,3% no
resto do mundo.
A pesquisa abrange 30 países e é organizada
pela Babson College (Estados Unidos) e London Business School
(Inglaterra).
As informações são do jornal O Globo.
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