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fome zero
04/02/2004
Falta organização, afirma Zilda Arns

A coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, fez ontem uma série de críticas ao Fome Zero, pedindo mais "articulação" e "organização". Ela disse que o governo precisa ouvir mais o "povo" e se recusou a dar nota ao primeiro ano do programa.

Segundo ela, que em 2003 já havia criticado o programa, a ação dos traficantes nas periferias das regiões metropolitanas será um empecilho para o Fome Zero alcançar esses locais: "Mas o problema será pedir licença a traficantes para entrar em determinados lugares. Com a Pastoral da Criança acontece muito isso".

No Palácio do Planalto, antes de ouvir discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Zilda Arns, que já foi indicada ao Nobel da Paz em 2001 e 2002, foi questionada sobre quais pontos do programa poderiam ser aprimorados em 2004. Para ela, falta coordenação entre as esferas do governo.

"A articulação, principalmente. Deve-se articular melhor, nos níveis federal, estadual e municipal. Em todo o Brasil, eu ouvi muito essas críticas, e é tudo verdade. Não só na área do Fome Zero, mas nas demais áreas sociais."

Para a coordenadora da pastoral, ligada à Igreja Católica, falta diálogo com os beneficiados pelo programa. "Quem fica mais perto do povo são os municípios e suas comunidades. É preciso estar perto do povo para dar certo. Só assim teremos um fluxo, com a participação de pessoas, com redes de informação. É preciso mais organização. O conselho [Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional] e o governo têm de ouvir o que o povo tem a dizer."

O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), também criticou o Fome Zero. Segundo ele, a ausência do ex-ministro José Graziano (Segurança Alimentar), demitido na reforma, é prova da ineficiência do programa: "A ausência do ex-ministro Graziano traduz o que é o programa Fome Zero e revela a farsa da festa de comemoração. Em time que está dando certo, ninguém mexe. Se o presidente mexeu, é porque o programa não ia bem", disse.

O PFL divulgou nota afirmando que o governo executou apenas 52,71% (R$ 886.200.184,34) da dotação autorizada para o programa em 2003 (R$ 1.681.190.346,95).


As informações são da Folha de S. Paulo, sucursal de Brasília.

   
 
 
 

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