A Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas) terá R$ 15 milhões a menos neste
ano para investimentos. A criação de novos cursos,
a ampliação de vagas nos já existentes,
a construção e reforma de prédios e salas
e a compra de equipamentos serão afetadas pela diminuição
da verba.
A queda do repasse do ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços) -principal fonte de recursos
da universidade- e uma redução da parcela anual
do Programa Especial de Expansão de Vagas, criado emergencialmente
pelo governo do Estado em 2001, são as causas da diminuição
dos recursos.
As verbas para investimentos da Unicamp são provenientes
de duas fontes: do orçamento próprio da universidade,
que depende diretamente do ICMS, e do programa estadual.
Para este ano, a Unicamp prevê R$ 17,8 milhões
para investimentos de seu orçamento próprio,
contra R$ 19,4 milhões de 2003.
Já o Estado reduziu de R$ 17 milhões para R$
3,6 milhões a verba do Programa Especial de Expansão
de Vagas, que termina neste ano. Em 2002, o valor repassado
foi de R$ 4,9 milhões. Os desembolsos desses recursos
já estavam definidos desde 2001.
Para o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário
da Unicamp, Paulo Eduardo Rodrigues da Silva, a elaboração
de um orçamento conservador se justifica mais pelo
péssimo quadro de arrecadação de ICMS
em 2003.
O tributo serve como base para o cálculo dos repasses
feitos às universidades estaduais - Unicamp, USP (Universidade
de São Paulo) e Unesp (Universidade Estadual Paulista).
A partir de 1989, quando foi implantado o regime de autonomia
universitária, as universidades públicas paulistas
passaram a receber 9,57% de 75% do valor líquido de
todo o ICMS recolhido pelo governo do Estado.
No ano passado, a Unicamp já teve como repasse de
sua cota-parte do ICMS R$ 799 milhões, o menor valor
nominal desde 1995, quando foi destinado à Unicamp
pelo Estado R$ 744 milhões.
"Precisamos adotar uma postura realista. Muitos prevêem
crescimento econômico para 2004, mas ainda não
temos garantias concretas de que isso vai acontecer de fato",
disse Silva.
O orçamento da instituição neste ano
registrou o menor crescimento desta década. O total
de receitas foi fixado em R$ 752,6 milhões para este
ano. Em 2003, as receitas foram R$ 700,2 milhões.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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