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arrocho
05/02/2004
Deputados gastam R$ 1,3 mi em combustível

A Câmara pagou em janeiro mais de R$ 3 milhões de verba indenizatória aos deputados, sendo 46% desse total (R$ 1,38 milhão) em reembolso de despesas com combustível e lubrificantes feitas pelos congressistas em seus Estados. A informação foi divulgada ontem pela primeira vez no site da Câmara (www.camara.gov.br). A verba indenizatória é destinada ao ressarcimento de despesas com aluguel, manutenção de escritório e locomoção dos deputados nos Estados.

O valor da verba é de R$ 12 mil mensais, mas um deputado pode ultrapassar essa cota num mês. O importante é que preste contas de R$ 72 mil ao final de seis meses. O pagamento é feito contra a apresentação da nota fiscal. As despesas não são detalhadas, mas apresentadas genericamente.

Boa parte dos deputados estourou a cota dos R$ 12 mil. Três deles destacaram-se: Fernando Diniz (PMDB-MG), Osvaldo Biolchi (PMDB-RS) e Elimar Máximo Damasceno (Prona-SP).

Diniz (PMDB-MG) apresentou uma conta de R$ 18.825,72, o que equivale a mais de 9.000 litros de gasolina. Biolchi, que foi relator do projeto de Lei de Falências na Câmara, cobrou R$ 16.973,85, ou seja, o equivalente a mais de 8.000 litros de gasolina. Biolchi foi o deputado com maior gasto total, R$ 24 mil, o equivalente a dois meses. Damasceno cobrou R$ 15.117,76.

No PPS, o gasto do deputado João Herrmann Neto (SP) com combustível e lubrificantes também foi alto: R$ 14.390,00, o equivalente a cerca de 7.000 litros de gasolina. Já o presidente da sigla, Roberto Freire (PE), gastou pouco com combustível (R$ 343,44) e mais com "consultorias, assessorias, pesquisas e trabalhos técnicos" -exatos R$ 6.097,56.

No PL o maior gasto com combustível foi o do deputado Coronel Alves (AP), com R$ 12.550,00, enquanto no PV a maior quilometragem é a do deputado Edson Duarte (BA), com R$ 6.642,34.

Já no PFL, o deputado Carlos Nader (MG) usou sua cota mensal, R$ 12 mil, e Antonio Carlos Magalhães Neto (BA) precisou de apenas R$ 100. Sua maior despesa foi com "aquisição ou locação de software", R$ 558,62.

No PSDB, o deputado Walter Feldman (SP) também gastou muito com software, R$ 5.784,55, e mais ainda com "consultorias, assessorias, pesquisas e trabalhos técnicos", R$ 7.400,00. No item combustível, Helenildo Ribeiro (AL) gastou R$ 8.680,00, o equivalente a 4.315 litros de gasolina.

No PT, o deputado João Grandão (MS) cobrou R$ 8.549,00 referentes a gastos com combustível e lubrificantes, o equivalente a 4.278 litros de gasolina. A deputada Maninha, que mora em Brasília, apresentou uma conta de R$ 3.668,52 com combustível.

No PP, o deputado Delfim Netto (SP) usou a maior parte de sua cota de janeiro no aluguel de "imóveis para escritórios e despesas concernentes a ele", R$ 9.371,58. Com combustível, R$ 1.152,08. Já o deputado Herculano Anghinetti (MG) pagou R$ 10.900,00 por "consultorias, assessorias, pesquisas e trabalhos técnicos".

No PSB, o presidente da sigla, Miguel Arraes (PE), apresentou uma conta franciscana: R$ 25 com "aluguel de imóveis para escritório", R$ 200 com combustível e R$ 29 com despesas de "locomoção, hospedagem e alimentação". No partido, o deputado Lavoisier Maia (RN) deu notas no valor de R$ 11.999,50 referentes a consumo de combustível.

No PC do B, o deputado Daniel Almeida (BA) gastou R$ 3.787,72 com combustível. Já Perpétua Almeida (AC) usou R$ 4.250,00 de sua cota de R$ 12 mil para "divulgação da atividade parlamentar".

No PTB, o maior gasto com combustível foi de Enio Tatico (GO), com R$ 11.946,79 (5.973 litros de gasolina). O presidente da sigla, Roberto Jefferson (RJ), gastou R$ 2.000 com "divulgação da atividade parlamentar".


RAYMUNDO COSTA
LUIZ RENATO STRAUSS
da Folha de S. Paulo, sucursal de Brasília

   
 
 
 

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