BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne amanhã com toda a sua equipe, pela primeira vez, para estabelecer as prioridades de 2004, com ênfase na geração de emprego e em ações sociais nas regiões metropolitanas. A base da discussão na reunião será o documento “Iniciativa para 2004”, feito a partir dos relatos apresentados por cada ministro na última reunião antes da reforma ministerial.

Diante da escassez de recursos, o Palácio do Planalto orientou os ministros a apresentarem dois tipos de prioridades, levando em conta dois cenários: as que precisam de dinheiro para serem executadas e as que não necessitam de verbas para sair do papel.

No encontro, na Granja do Torto, cada ministério terá de apresentar uma lista de cinco prioridades, algumas diferentes das apresentadas pelos ministros que deixaram o governo. Na verdade, os ministros reapresentarão as metas discutidas nas últimas reuniões das câmaras de Política Econômica, Política Social e de Infra-Estrutura. As metas, segundo um ministro, terão de envolver geração de empregos e seus resultados serão cobrados mensalmente por Lula.

Orçamento curto
Das cinco metas de cada ministério, deverão ser escolhidas por Lula as chamadas “prioridades das prioridades”. Isso porque o Orçamento da União para este ano será insuficiente para custear todos os projetos. Mesmo assim, o governo já decidiu que não faltarão recursos para os programas sociais, como o Bolsa Família, e para obras de saneamento e habitação, que envolverão R$ 12 bilhões.

Por isso, segundo um ministro, o governo está dividindo as ações de cada ministério em dois grandes blocos: as prioridades orçamentárias — que dependem de recursos— como a construção de estradas e moradias, e as institucionais, como a criação de conselhos e elaboração de projetos. Essas ações institucionais, na avaliação de um ministro, são factíveis e dão visibilidade para o governo.

No fim do ano passado, cada ministro teve que preencher um formulário com as metas de cada setor. Os documentos foram organizados pela Casa Civil e pelo Ministério do Planejamento e servirão como guia na hora de Lula pedir que cada ministro apresente suas prioridades.

Bancos
Para estimular a geração de empregos, o governo vai orientar os bancos oficiais, como o BNDES, a financiar projetos da iniciativa privada nas áreas de construção civil e infra-estrutura, por serem atividades que necessitam de muita mão-de-obra.

O encontro servirá ainda para entrosar os ministros, após a reforma que deixou algumas seqüelas. Fiel ao hábito de fazer reuniões prolongadas, Lula convocou os ministros para as 14h de sexta-feira, já avisando que a conversa vai se estender até a noite.

As informações são do jornal O Globo.