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violência
10/02/2004
Moradores da Rocinha, com medo, pedem paz

Cerca de 200 moradores fizeram ontem na Via Ápia, na Rocinha, uma manifestação pedindo paz. Na noite anterior, uma mulher morreu e dois homens ficaram feridos durante intenso tiroteio entre traficantes e PMs do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na comunidade. Ontem, o clima na favela era de medo. Moradores observavam as marcas de tiros nas casas e recolhiam cápsulas de fuzil encontradas nas vielas.

Segundo testemunhas, os policiais chegaram por volta das 20h de domingo, usando toucas do tipo ninja, gritando e atirando a esmo. Assustado, o dono da pensão Garota da Rocinha, Wellington Silva, contabilizava o prejuízo. Ele disse que cerca de 15 pessoas jantavam na pensão quando os policiais chegaram atirando.

"Foi horrível. Ainda era cedo e todos os clientes que estavam jantando tiveram que se jogar no chão ou se esconder no banheiro. Agora, a parede está toda perfurada", disse.

Moradores disseram que foi uma verdadeira noite de terror. A dona-de-casa Maria da Alice Miranda Martins, de 55 anos, não conseguiu dormir tranqüila. Ela contou que estava em casa com os netos quando, por volta das 21h, ouviu os tiros.

"Ouvi um barulho que parecia uma explosão. Corri para me deitar no chão do banheiro com meus netos. Só ouvia os policiais dizendo para ninguém chegar na janela".

A aposentada Maria do Socorro Bezerra contou ter visto quando Regina Célia Rodrigues de Moura foi atingida pelo tiro que a matou.

"Ouvi muitos tiros. Ela voltava da igreja evangélica quando foi baleada", disse.

Revoltados, moradores reclamavam das constantes operações policiais. Durante a manifestação, atores do grupo de teatro Roça Caça Cultura, com cordas, correntes e cápsulas de balas, simulavam ser vítimas da violência policial. O presidente da associação de moradores, William de Oliveira, disse ontem que vai reunir uma comissão da favela para ir a Brasília conversar com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

"Não temos mais paz na Rocinha. Desde o início de janeiro, durante essas operações, moradores têm que conviver com tiroteios e são vítimas de balas perdidas", disse, acrescentando que a comunidade passará a filmar as operações policiais.

 

As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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