João
Batista Jr.
Mudar para atrair. Esse tem sido o lema de muitas galerias
de arte que sentem a necessidade de mudar seu perfil de atuação
para atrair novos visitantes – e, quem sabe, compradores.
Localizada na esquina da rua Bela Cintra com a alameda Lorena,
na cidade de São Paulo, a galeria Roberto Camasmie
elaborou um ateliê diferente. “Faço minhas
obras na vitrine”, conta o artista plástico que
leva o nome da galeria. “Até coloquei um banquinho
em frente ao vidro para que as pessoas possam ver o trabalho
com calma.“ Muitos pedestres param para ver o trabalho
do artista, sendo que alguns deles “são do interior.”
Segundo Camasmie, trazer o local de produção
de seus trabalhos para a vitrine da galeria mudou sua forma
de fazer arte. “O público pode observar o que
está sendo feito. Eles têm impressão que
eu não estou escutando o que dizem, mas....”
Ledo engano, além de escutar, Camasmie muitas vezes
reflete sobre as opiniões alheias. “Uso bastante
as idéias das pessoas em minhas obras”.
Dentre o público, as crianças aparecem como
as mais críticas. “Elas reclamam muito das formas,
dizem que as orelhas dos meus desenhos são grandes
demais.“
Outra experiência
Se no espaço de Camasmie é possível assistir,
na Galeria Vermelho, localizada na rua Minas Grais, o público
já pode participar – ao ter seus segredos revelados.
Ricardo Oliveiros, jornalista e artista multimídia,
fez em julho a performance “Saindo do Armário”,
na qual uma pessoa da platéia lhe contava um segredo
para que ele o interpretasse na frente de todos.
No final da performance, bebida e comida foram servidas ao
público. E a Vermelho, no fim da noite, já era
uma grande pista de dança. |