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fundeb
13 /05/2005

MEC quer começar novo fundo com R$ 1,9 bilhão

O Ministério da Educação (MEC) encaminhou ontem à Casa Civil a sua proposta final de criação do Fundeb, novo fundo de apoio ao ensino básico, onde deixa claro que a União deve aplicar R$ 1,9 bilhão no primeiro ano de vigência da medida.

A complementação do governo federal chegaria a R$ 4,3 bilhões em quatro anos. Esse montante sofreria correção por um índice de inflação.

Atualmente, não chega a R$ 740 milhões por ano o valor investido pela União no Fundef (fundo que será substituído pelo Fundeb, mais amplo porque englobará outros níveis do ciclo educacional).

Do R$ 1,9 bilhão previsto para o ano inicial do Fundeb, o MEC teria cerca de R$ 1,6 bilhão, soma do que hoje é investido pelo governo federal no Fundef e em programas de educação de jovens e adultos e repasses para o ensino médios nos Estados, já que esse conjunto de estudantes será englobado no Fundeb. A diferença de R$ 300 milhões teria de sair do remanejamento das verbas de outros programas do governo.

Para compensar o aumento de recursos para a educação, o ministério sugere uma diminuição de gastos do governo federal em outras áreas. "A proposta do MEC é modesta e compreensiva com a política econômica. Não há exagero, levando em consideração que os juros e encargos da dívida no quadrimestre foram de R$ 27,5 bilhões", diz o ministro Tarso Genro (Educação).

Aumento gradual
Pela proposta do ministério, no segundo ano do novo fundo, a União aplicaria R$ 2,7 bilhões e passaria a R$ 3,5 bilhões no seguinte, até chegar aos R$ 4,3 bilhões no quarto ano.

Os novos estudantes abrangidos pelo projeto (dos ensinos infantil, médio e de jovens e adultos) seriam incluídos gradualmente, na proporção de um quarto das matrículas por ano, até chegar a 100% no quarto ano de vigência do Fundeb.

O texto da emenda constitucional prevê ainda que o total investido por Estados e municípios passe de 15% para 20% da arrecadação da "cesta" de impostos já destinados hoje à educação.

O MEC espera ver o projeto --uma promessa de campanha de Lula- aprovado ainda neste ano. Como é uma emenda à Constituição, o texto precisará de aprovação no Senado e na Câmara dos Deputados, com duas votações em cada Casa --e com três quintos dos votos.

Ontem mesmo, ao encontrar o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), no Palácio do Planalto, o ministro Tarso Genro já fez um pedido de apoio à proposta.

Resistência
Desde o início das discussões, ainda no ano passado, a equipe econômica resiste em colocar no texto a vinculação de verba da União ao Fundeb. Isso fez com que o MEC mudasse a proposta pelo menos duas vezes.

Ainda existe na equipe econômica quem tenha dúvidas da possibilidade de deixar claro os valores na emenda constitucional. Mas já houve casos de emendas em que há valor expresso.

Para chegar à proposta, o MEC fez um estudo em que aponta que a média nacional de investimento por aluno por ano deve ser de R$ 984,21. Com isso, a União precisaria complementar recursos para dez Estados, que só conseguiriam investir até R$ 594,82 por estudante.

LUCIANA CONSTANTINO
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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