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Maximilien
Calligaris
No centro de Manhattan, perto do Madison Square Park, bem
em frente de Madison Avenue e um pouco acima da rua 23, abriu
o primeiro banheiro público pago de Nova York. Foi
inaugurado oficialmente na última quinta-feira pela
comissária do Departamento de Transporte, Janette Sadik-Khan,
pelo comissário do parque, Adrian Benepe, e pelo representante
do prefeito, Dan Doctoroff.
O “New York Times” chamou
o novo banheiro “uma viagem para o futuro por 25 centavos”.
Embaixo do título do “Daily News” (que
era “AND A-WEE WE GO”, algo como: vixe, -lá
vamos nós!), estava escrito: “Que Alívio”.
E é um alívio mesmo para os oito milhões
de nova-iorquinos que não deverão mais procurar
um Starbucks a cada vez que devem ir ao banheiro.
É a Cemusa, uma empresa espanhola
especializada em mobília urbana, que fechou o contrato
com a administração da cidade em 2005. Depois
de décadas de conflitos, três prefeitos diferentes
e uma série infinita de fracassos, a cidade de Nova
York finalmente conseguiu cuidar das “necessidades naturais”
de seus cidadãos. Nos próximos cinco anos, a
Cemusa deve construir mais 20 banheiros públicos assim
como mais 3.300 mil paradas de ônibus cobertas e 330
bancas de jornais. Em 20 anos, tudo isso deve arrecadar para
a cidade US$ 1,4 bilhões, incluindo o aluguel de espaço
publicitário.
O novo banheiro, feito de aço
e vidro, parece uma cabana moderna. Quando aparece a luz verde
“livre”, basta inserir 25 centavos, a porta se
abrirá, e você terá direito a uma permanência
de 15 mintuos. Com acessibilidade a deficientes físicos,
o banheiro é confortável e isolado do barulho
da rua por paredes especiais. O chão é de borracha
preta e o lavabo e a privada são de aço inoxidável.
O cheiro dos produtos de limpeza usados a cada vez, o ventilador
e o ambiente metálico dão uma impressão
de decência e desinfecção.
Ao entrar, você encontra quatro
botões, vermelho, amarelo, azul e preto:
O vermelho é para as urgências (ligado ao telefone
911 dos serviços de urgências de Nova York);
o amarelo é para assistência (algo menos radical
que urgência), o azul é para a descarga e o preto
para papel.
Usuários, atenção!
Duas dicas que podem ser úteis caso você pense
em visitar Nova York e recorra ao novo banheiro.
A Cemusa chegou à conclusão
(um pouco rápida, ao meu ver) que três pedaços
normais de papel são largamente suficientes para as
necessidades de limpeza. É preciso usar com cuidado
e parcimônia para evitar desconfortos inúteis.
Segundo conselho: Não perca
muito tempo; é melhor terminar antes dos 15 minutos.
Embora uma pequena luz amarela avise o usuário três
minutos antes do fim de seu tempo, a porta se abrirá
no fim dos 15 minutos, que você tenha terminado ou não.
No meio do Madison Square Park, seria uma situação
constrangedora.
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