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João
Batista Jr.
"A intenção é orientar o público
gay que chega à cidade." A frase é de Sérgio
Ripardo, editor de Ilustrada da Folha Online, em referência
ao recém-lançado "Guia GLS – São
Paulo" (Publifolha, R$ 34,90), livro que lhe tomou um
ano de pesquisa até chegar às livrarias neste
mês.
Embora a capital paulista seja a que receba mais turistas
- brasileiros e estrangeiros - devido ao grande número
de feiras, eventos e negócios realizados na cidade,
ainda não havia um guia publicado por uma grande editora
que sistematizasse os serviços prestados para o público
gay. "Mas o livro não é para as pessoas
se fecharem em um gueto", informa Ripardo. "O que
eu fiz foi uma seleção dos locais que respeitam
a diversidade, mas que também são freqüentados
por héterossexuais."
Estão presentes no livro cerca
de 200 estabelecimentos – entre restaurantes, hotéis,
bares, boates e museus. Apenas cinco locais visitados por
Ripardo - um hotel, uma doceria e três restaurantes
– não aceitaram ter seus nomes em uma guia GLS.
"O número é pequeno para que os gays não
tenham onde comer", ironiza o autor.
O turismo GLS é importante
para a economia de São Paulo. A Parada do Orgulho GLBT
é hoje o evento que mais atrai turistas à cidade.
De acordo com a SPTuris, 37,5% dos 3,5 milhões de presentes
na Parada de 2007 são de outras cidades.
"Os empresários estão
de olho nessa fatia de mercado", conta Mônica Miotto
Leles, sócia da We Viagens GLS, operadora especializada
em turismo para homossexuais. "Além da Parada,
muitos gays visitam a cidade para curtir festas especiais
promovidas pela The Week", diz ela, em referência
ao atual clube gay mais importante da cidade.
Expansão
Os Jardins e o centro são as áreas que mais
concentram serviços para o púbico GLS, tanto
para os de alta quanto para os de baixa renda. "Os gays
transformaram a dinâmica de algumas ruas, como a Frei
Caneca, a Augusta e a Bela Cintra, atraindo investimentos
com a abertura de lojas, restaurantes e clubes."
Mas essas regiões estão
saturadas. A escassez de imóveis disponíveis,
o valor alto do aluguel e a concorrência fazem com que
os empresários da noite olhem para a Zona Oeste com
bons olhos. "Isso acontece porque a área conta
com galpões grandes vazios e o índice de problemas
com vizinhança é quase nulo." Hoje, os
maiores clubes GLS da cidade ficam na região: The Week
(Lapa), Flexx e Blue Space (Barra Funda), Pacha (Vila Leopoldina)
e Bubu (Pinheiros).
Serviço
O Guia GLS – São Paulo conta com mapas das áreas
que concentram mais serviços para o público
gay, assim como indica as melhores formas de acesso para todos
os locais indicados. Existe a possibilidade de o guia ser
editado em inglês.
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