FORTALEZA
( CE) - Surgidas como alternativa para driblar o desemprego
na Inglaterra em meio à Revolução Industrial,
as cooperativas de trabalho hoje estão consolidadas
inclusive no Brasil e no Ceará, Estado onde há
cerca de 220 associações do tipo. Entretanto,
muitas dúvidas ainda permeiam o assunto. Com base nisso,
o livro “Cooperativas de Trabalho - Relação
de Emprego”, do advogado Estenio Campelo, será
lançado hoje, às 19h30min, no Centro Cultural
Oboé.
A idéia do trabalho é esclarecer a parte doutrinária
do cooperativismo, sua evolução e como a prática
deve ser aplicada na atualidade. Na opinião do autor,
as cooperativas continuam sendo uma opção para
o desemprego. Isso porque congregam associados que, juntos,
conseguem trabalho, sem, necessariamente, estabelecer uma
relação de emprego entre cooperados e cooperativa
e entre eles e o empregador.
É que um dos princípios básicos da atividade
é a ausência de subordinação jurídica
com o empregador. Além disso, para haver uma cooperativa,
a adesão deve ser voluntária, a entidade não
é sujeita à falência, o número
de associados é ilimitado, o sistema de cotas define
o capital social e não há fins lucrativos na
associação.
“Não há relação de emprego,
quer na esfera pública, quer na privada, desde que
não haja subordinação jurídica.
E o cooperado fica à disposição da empresa
para exercer atividade meio e atividade fim”, observa
o advogado.
De acordo com Campelo, um dos grandes problemas no setor
é que há muitas “cooperativas de fachada”,
como o autor classifica instituições que mantêm
subordinação e, por isso, burlam a lei para
se livrar da carga tributária imposta às empresas
não cooperadas. “Muitas vezes o cooperado aceita
essa situação pela necessidade do trabalho”,
explica.
Quando o Ministério do Trabalho identifica casos assim,
a associação fica sujeita a notificações,
multas e solicitações para o empreendimento
mudar sua forma de conduta e se adequar às normas da
Lei Nº 5.764, de 1971, que regulamenta o setor e define
seu funcionamento.
No lançamento de hoje à noite, autor e obra
serão apresentados pelo ministro do Tribunal Superior
do Trabalho (TST), João Batista Brito Pereira, que
prefaciou o livro.
Natural de Crateús, em 1965 Estenio Campelo foi para
Brasília, onde se formou na primeira turma da Faculdade
de Direito do Centro Universitário de Brasília
(Uniceub), em 1972. A aproximação com o tema
abordado no livro começou na Uniceub e se consolidou
com o trabalho de final de curso da pós-graduação
em Direito do Trabalho e Tributário pela Universidade
Mackenzie, em São Paulo.
As informações são
do jornal Diário do Nordeste, de Fortaleza - CE.
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