A chuva que atinge o Norte do país já deixou cerca de 12,4 mil
pessoas -1.357 famílias- desabrigadas no Pará,
segundo a Defesa Civil. Apenas em Marabá (cidade a
498 km de Belém), 1.124 famílias estavam desabrigadas
e 5.620 pessoas desalojadas.
Até ontem, 16 cidades estavam em situação
de emergência (nesse caso, é dispensada a licitação
de obras para reparar os danos causados pela chuva) e sete
em estado de alerta. Os municípios afetados estão
localizados nas bacias dos rios Tocantins, Araguaia e Xingu.
Quatro pessoas já morreram no Estado. Anteontem, três
vaqueiros morreram com descargas elétricas ao tentar
retirar dois bois de uma poça, em Xinguara (932 km
de Belém). No local, havia um cardume de peixes-elétricos
-os poraquês.
No Ceará, a chuva causou a interdição
de uma ponte que liga a cidade de Farias Brito ao município
de Várzea Alegre, na rodovia BR-230, anteontem. Ocorreram
deslizamentos perto de Juazeiro, Caririaçu e Barbalha.
No Espírito Santo, Vila Velha (região metropolitana
de Vitória) foi a cidade mais atingida pelas chuvas
anteontem. O município ficou quatro horas sem energia
elétrica devido à queda de uma antena transmissora.
Não houve casos de desabrigados.
O aumento das chuvas é a causa mais provável
do surto de diarréia que atinge a população
de Teotônio Vilela, no agreste de Alagoas, de acordo
com autoridades de saúde do Estado e do município.
Nas cinco primeiras semanas deste ano ocorreram 796 casos
de diarréia e duas mortes por causa da doença,
contra 372 casos no mesmo período de 2003.
"O aumento das chuvas carreou [arrastou] para os poços
e cacimbas [pequenos poços] maior quantidade de agentes
microbianos causadores de diarréia do que em situações
que a gente pode considerar "normal'", disse Cristina
Rocha, coordenadora de Vigilância à Saúde
do Estado.
O abastecimento de água encanada no município
de Teotônio Vilela é insuficiente, e parte dos
37 mil habitantes da cidade recorre a fontes alternativas,
muitas vezes contaminadas. Técnicos do Ministério
da Saúde e da Secretaria do Estado da Saúde
investigam a causa do surto.
O gerente de Operação da Casal (Companhia de
Abastecimento de Água e Saneamento de Alagoas) no agreste,
Antônio Santana, nega que haja contaminação.
"Prova disso é que o mesmo manancial que abastece
Teotônio abastece também Junqueiro e São
Sebastião, que não têm surto da doença",
disse Santana.
As informações são da Agência Folha.
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