Uma eventual expansão na renda do trabalhador neste ano, como prevêem
economistas, vai elevar o consumo de alimentos no país,
em primeiro lugar, e ajudar a saldar dívidas em atraso,
num segundo momento.
Pesquisa realizada pelo instituto ACNielsen mostra que 35%
dos consumidores irão gastar esses recursos na compra
de itens alimentícios. Os dados foram apresentados
ontem pelo grupo Pão de Açúcar. O instituto
não fornece os dados ao público -apenas às
empresas.
Segundo a pesquisa, apenas 14% pretendem se endividar adquirindo
eletroeletrônicos ou automóveis.
No ano passado houve forte queda na comercialização
de alimentos no país. Esse setor é o último
a ser afetado por retrações econômicas,
segundo analistas. As vendas do grupo formado por hipermercados,
supermercados, bebidas e fumo acumularam perda superior a
5% em 2003, informa o IBGE.
Segundo o Pão de Açúcar, dados da pesquisa
mostram que 15% dos entrevistados não pretendem voltar
a comprar marcas líderes (com preços mais elevados
do que as mais populares), caso a renda cresça em 2004.
Ou seja, uma parcela permanecerá adquirindo as marcas
próprias (com o nome de supermercados impresso em embalagens),
com preços até 20% inferiores ao das líderes.
Chegou-se a essa conclusão na mesma pesquisa da ACNielsen
com 2.000 consumidores em São Paulo, Rio, Porto Alegre
e Recife, realizada em agosto e setembro.
Pelos dados, também em segundo lugar na lista de prioridades,
atrás da opção "compra de alimento"
e empatada com o quesito "pagamento de dívidas
atrasadas" está a reforma de imóvel, com
23% da preferência. Cada entrevistado podia escolher
mais de uma resposta.
Não há expectativa de forte alta da renda em
2004. Economistas estimam que, se o PIB (Produto Interno Bruto)
subir 3,5%, a renda cresce 2,3%.
As informações são da Folha de S. Paulo.
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