BRASÍLIA
( DF) - Projeto do Ministério do Desenvolvimento Agrário
faz parte do calendário do Vivaleitura 2005 e pretende
instalar mil minibibliotecas pelo Brasil até o final
do ano. No Ceará já existem 33 e 50 novas serão
entregues no próximo mês.
As histórias de piratas não deixam dúvidas:
arcas do tesouro devem ser escondidas e descobertas, jamais
distribuídas. No entanto, oito funcionários
e estagiários do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA), em Brasília, são hoje
responsáveis por uma pirataria às avessas, espalhando
arcas do tesouro pelos rincões do Brasil. O tesouro
é composto de um bem tão valioso quanto ouro
ou diamantes: livros.
Trata-se do projeto Arca das Letras, que tem como objetivo
implantar minibibliotecas nos assentamentos rurais da reforma
agrária. A idéia é simples: pequenas
caixas-estantes – verdadeiras “arcas das letras”
que comportam cerca de 230 livros – são enviadas
às comunidades rurais após consulta aos moradores
para se determinar seus interesses e necessidades. “Fazemos
um levantamento de cada comunidade antes da entrega; depois
de algum tempo, fazemos uma avaliação de como
a arca é utilizada”, relata Cleide Soares, coordenadora
geral de Ação Cultural do MDA. Graças
ao apoio do Ministério da Justiça, as arcas
são fabricadas por presidiários de Petrolina
e Mossoró, que muitas vezes indicam suas próprias
comunidades para receberem as arcas. Outras parcerias incluem
os ministérios da Educação e Cultura,
o Banco do Nordeste, o Programa Nacional de Crédito
Fundiário, o Projeto Dom Helder Câmara, o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) e, desde dezembro do ano passado, o Banco do Brasil.
Em 2005, o banco estatal encaminhará 20% dos valores
arrecados nas bilheterias de seus centros culturais (CCBBs)
para o projeto.
Quando o acordo de cooperação foi assinado
com o Banco do Brasil, o ministro Miguel Rosseto afirmou que
“a Arca das Letras é uma biblioteca rural onde
as comunidades e assentamentos rurais começam a ter
acesso a literatura, o que é um grande passo em direção
a cidadania”. Para garantir este acesso, no entanto,
o trabalho do Arca das Letras não poderia se limitar
ao simples envio das minibibliotecas. É por isso que
em cada comunidade são escolhidas duas pessoas para
serem agentes de leitura, mas o treinamento acaba atingindo
mais gente. “Em virtude do interesse das comunidades,
é comum treinarmos 3 ou 4 pessoas, ainda que oficialmente
sejam só 2 agentes por comunidade”, afirma Cleide.
Desde maio de 2003, quando o projeto começou, já
foram implantadas arcas em 418 comunidades, com distribuição
de 93.405 livros.
As informaçõe são
do jornal Diário do Nordeste, de Fortaleza CE.
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