Será
lançada hoje, em Cruzeiro do Sul (AC), a Universidade
da Floresta, cujo foco principal será a pesquisa e
estudo da biodiversidade da região amazônica
e manejo sustentável da floresta. O início das
atividades está previsto já para o segundo semestre
deste ano.
Hoje, deverá ser divulgada a data do vestibular. Serão
oferecidas 120 vagas nos cursos de graduação
em ecologia e manejo de recursos naturais, ciências
da natureza e enfermagem, com ênfase no uso de plantas
medicinais da floresta.
Na semana passada foi liberada pelo Ministério da
Educação a contratação de 30 professores
para a unidade.
O atual coordenador do campus da UFAC (Universidade Federal
do Acre), em Cruzeiro do Sul, professor Anailton Guimarães
Salgado, disse que o programa e a formatação
dos cursos ainda não foi concluído. Segundo
ele, a definição de quais cursos seriam oferecidos
partiu de uma série de seminários ocorridos
na cidade no ano passado.
"Além da qualificação dos profissionais,
a Universidade da Floresta vai abrir o campo de trabalho já
que atualmente há um aumento da demanda pelo uso da
biodiversidade e do conceito de desenvolvimento sustentável
da floresta", disse Salgado.
O deputado federal Henrique Afonso (PT-AC), responsável
pelo início das articulações para a instalação
da universidade há dois anos, disse que já foram
liberados R$ 1 milhão por meio de emendas da bancada
acreana para a criação do Instituto da Biodiversidade
e Manejo dos Recursos Naturais, que será responsável
pela pesquisa acadêmica.
Segundo o deputado, o modelo de pesquisa científica
que será adotado prevê a utilização
dos conhecimentos tradicionais dos "doutores da floresta",
os seringueiros, índios e agricultores locais em parceria
com o conhecimento científico da academia.
"Como se chegou ao conhecimento de que a secreção
do sapo age no corpo, aumentando a auto-estima? Essa é
uma prática centenária que será valorizada
na Universidade da Floresta com o conhecimento acadêmico",
disse Afonso.
Além da pesquisa e do ensino, estão previstas
também como atividade de extensão da Universidade
da Floresta a criação de uma rede de laboratórios
para qualificação técnica das comunidades
da região em diversas áreas do conhecimento.
O projeto federal será feito em parceria com o governo
do Estado e ainda não tem um orçamento definido.
SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha
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