BRASÍLIA
- As instituições de ensino federal estão
novamente obrigadas a reservar vagas para militares transferidos
a serviço e seus dependentes, mesmo se eles estudarem
em universidades privadas. A decisão foi anunciada
quarta-feira pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª
Região, com sede em São Paulo. Os militares
vinham garantindo a reserva das vagas com base num parecer
da Advocacia Geral da União (AGU), que foi revogado
por uma liminar da Justiça Federal de São Paulo
em setembro. Mas, na quarta-feira, o desembargador Lazareno
Neto restabeleceu o benefício.
Em sua decisão, o desembargador do TRF da 3ª
Região aceitou a argumentação da AGU
de que não cabe à Justiça Federal de
São Paulo decidir sobre um parecer que tem efeito nacional.
O desembargador entendeu ainda que o servidor é transferido
por decisão e em benefício da administração
pública, portanto, deve ter seu direito de continuar
seus estudos garantidos em sua nova cidade. De acordo com
a decisão, a lei não faz distinção
entre os regimes público e privado das universidades.
Em protesto contra o parecer da AGU que a obrigava a aceitar
os militares, a Universidade de Brasília (UnB) chegou
a cancelar seu vestibular de direito, previsto para janeiro,
alegando não ter estrutura para atender os cerca de
70 pedidos de transferência e ainda abrir novas vagas.
Para o Ministério da Educação, a transferência
deve ser garantida entre universidades congêneres, ou
seja, só poderia ser aceita de instituição
particular para particular ou de pública para pública.
É assim que funciona com os servidores civis.
Antes do parecer da AGU, instituições como
a UnB vinham recusando pedidos de militares ou de seus parentes.
Mas muitos recorriam à Justiça e, no Suprerior
Tribunal de Justiça (STJ), asseguravam o direito de
estudar na UnB.
As informações são do jornal O Globo.
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