Após dois meses contratando,
a indústria voltou a demitir. O número de postos
de trabalho no setor caiu 0,5% de setembro para outubro, interrompendo
a sinalização da recuperação do
seu nível do emprego.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), na comparação com outubro
do ano passado, em outubro de 2003, a indústria cortou
1,6% dos postos seus empregados. Foi o sétimo mês
consecutivo de diminuição do nível de
emprego no setor neste tipo de comparação.
A redução registrada entre setembro e outubro
foi ajustada sazonalmante. Ou seja, o IBGE descontou as influências
típicas do mês de outubro, que é um período
em que tradicionalmente ainda há contratações
na indústria, devido às vendas de Natal.
No ano, a perda dos postos de trabalho foi de 0,5%. Nos últimos
12 meses, a queda no nível do emprego industrial correspondeu
a 0,4%.
A indústria paulista, que concentra cerca de 40% da
produção nacional, foi a principal responsável
pela retração na média do país.
Foi apurada redução de 0,9% nos postos de trabalho
de setembro para outubro (sem ajuste sazonal), puxada pelos
ramos de papel gráfica (-5,6%), fabricação
de meios de transporte (-3,8%) e produtos químicos
(-4,0%).
No país, os setores de vestuário e de papel
e gráfica foram os que mais demitiram em outubro na
comparação com setembro, com redução
de 2,6% em seus postos de trabalho.
No ano, São Paulo registrou redução
de 1% em seu nível de emprego e causou o maior impacto
no resultado negativo de 0,5% no país. Nordeste e Rio
de Janeiro também puxaram significativamente o resultado
nacional, com reduções de 2,1% e 3,9%, respectivamente.
ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio
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