SÃO
PAULO - Estudo do Núcleo de Economia Social, Urbana
e Regional da Unicamp revela que 80% do Produto Interno Bruto
(PIB) do estado estão concentrados em apenas 17% do
território paulista, num raio de 100 quilômetros
da capital. Trata-se do chamado Complexo Metropolitano Expandido
(CME), que engloba cerca de 100 cidades das regiões
de São Paulo, Campinas, Baixada Santista, Vale do Paraíba
e Sorocaba.
O trabalho "Reflexões e Perspectivas para o Desenvolvimento
Paulista", feito a pedido da Assembléia Legislativa
de São Paulo, foi divulgado nesta quinta-feira no Fórum
Legislativo de Desenvolvimento Econômico Sustentado.
Só nas três principais regiões metropolitanas
paulistas (São Paulo, Campinas e Baixada Santista),
onde vivem 58,6% dos cerca de 40 milhões de habitantes
do estado, estão concentrados 63,2% do PIB estadual.
O PIB paulista em 2000, que representou 33,67% do PIB nacional,
foi de R$ 370 bilhões, de acordo com informação
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Ou seja, nas três regiões metropolitanas
são gerados R$ 234 bilhões anualmente.
A região identificada como Complexo Metropolitano
Expandido, além de possuir elevado nível de
riqueza, tem bons indicadores sociais, como um maior número
de pessoas com escolaridade elevada e maior expectativa de
vida. Já no Vale do Ribeira e em algumas áreas
do oeste do estado, onde estão localizados 114 dos
645 municípios de São Paulo, são encontrados
os piores índices sociais e econômicos. Nessa
região, moram 5,5% dos paulistas.
O professor da Unicamp Rinaldo Fonseca, um dos que coordenaram
o estudo, afirma que o relatório organiza os problemas
enfrentados pelo estado, principalmente a desigualdade econômica
entre uma região e outra, para o governo agir com mais
precisão, "apresentando realidades e tendências
sobre as quais é necessário refletir".
Uma das ações apontadas por Fonseca para alavancar
o desenvolvimento regional é o investimento em infra-estrutura
de grande porte.
Para ele, este tipo de investimento pode melhorar a competitividade
da exportação paulista e disseminar o desenvolvimento
econômico para o conjunto do estado. Entre os exemplos
estão as cidades de São Carlos e Araraquara,
que abrigam indústrias de tecnologia aeronáutica;
e Ribeirão Preto, com indústrias de equipamentos
médicos.
ROBERTO SAMORA
do Globo Online
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