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exploração sexual
20 /05/2004
Só quatro estados investigam tráfico internacional de mulheres

BRASÍLIA - O Ministério da Justiça e as Nações Unidas divulgaram nesta quarta-feira o primeiro diagnóstico da situação brasileira no tráfico de mulheres para fins de exploração sexual. O levantamento, feito em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Ceará, estados que atualmente mais enfrentam este tipo de problema, foi divulgado durante o Seminário sobre Tráfico Internacional de Seres Humanos no Brasil e representa uma das ações do Programa Global de Prevenção ao Tráfico de Seres Humanos. O levantamento constata que há um número pequeno de inquéritos e processos investigando esse tipo de crime: apenas 22 processos judiciais e 14 inquéritos em todo o país: 17 em Goiás; 3 no Ceará, 12 no Rio; e 4 em São Paulo.

Só no Rio, num único caso são processadas 45 pessoas, todas autoridades públicas, incluindo policiais federais, civis e militares, funcionários da Alfândega e da Receita Federal. Elas já estão afastadas dos cargos e respondem pelo artigo 231 do Código Penal, que define apenas para o tráfico internacional de mulheres e são acusadas de produzir documentos que favoreciam esse tipo de crime, como falsificação de passaportes.

Segundo o responsável pelo levantamento, Marcos Collares, o tráfico de mulheres é um crime que anda junto com outros, como o tráfico de drogas, de armas e a lavagem de dinheiro. A pesquisa revela ainda que o tráfico de seres humanos está ligado à rede internacional de exploração sexual. As vítimas são na sua maioria mulheres jovens entre 18 e 21 anos, solteiras e de baixa escolaridade. A maioria delas é levada para países de língua latina e a Espanha é o principal destino, com 36%. Portugal vem em seguida, com 20%.

Já os aliciadores são homens, na maioria dos casos, embora muitas mulheres também participem do esquema. Nos processos e inquéritos abertos no país, foram indiciados 54 homens e 42 mulheres. Na maior parte das vezes, os aliciadores são empresários de casas de shows, boates, agências de casamento, taxistas, agentes de viagens e donos de bares.

 

EVANDRO ÉBOLI
do jornal O Globo

   
 
 
 

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