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ibge
19/05/2004
Gasto com habitação consome a maior parte do orçamento da família brasileira

RIO - De cada dez brasileiros, oito dizem não ter dinheiro suficiente para chegar ao fim do mês e quatro não comem a quantidade de alimentos que consideram adequada. As conclusões fazem parte da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2002-2003, que o IBGE está começa a divulgar hoje. Além de analisar detalhadamente os gastos e os rendimentos das famílias brasileiras, a mais completa edição da POF incluiu um questionário no qual os brasileiros avaliam suas condições de vida. O levantamento mostra que 85% dos entrevistados afirmam que têm dificuldades para chegar ao fim do mês com os rendimentos de que dispõem: 27,15% têm muita dificuldade; 23,73% têm dificuldade; e 34,57% têm alguma dificuldade. A POF considera como rendimentos não apenas o salários, a renda em dinheiro, mas também receitas não-monetárias, como doações e produção para o próprio consumo.

O aperto financeiro é inversamente proporcional à renda. Das famílias com renda de até R$ 400 por mês, 51,5% dizem ter muita dificuldade para chegar ao fim do mês com o rendimento que recebem. Entre os que ganham mais de R$ 6 mil, a proporção cai para 6,66%. A pesquisa que o IBGE chama de avaliação subjetiva das condições de vida investigou também o consumo de alimentos. Entre os entrevistados, 46,7% declararam ser insuficiente a quantidade de alimentos consumida por suas famílias: 13,9% disseram o consumo de comida é normalmente e 32,8%, às vezes insuficiente.

A pesquisa também mostrou que 73,2% dos brasileiros nem sempre ou raramente comem o alimento que gostariam. Desse total, 93% não consomem o que preferem por falta de renda.

Habitação
Os gastos com habitação consomem a maior parte do orçamento das famílias brasileiras, segundo a POF-IBGE. Esse grupo, que inclui aluguéis e tarifas, representam 35,5% das despesas monetárias e não-monetárias dos brasileiros. Trinta anos atrás, a proporção era de 30,41%.

Os gastos com alimentação, por sua vez, caíram: de 33,91% para 20,75% entre a Endef dos anos 70 e a POF 2002-2003. As despesas com transportes aumentaram de 11,23% para 18,44%; com saúde, de 4,22% para 6,49%; e com educação de 2,28% para 4,08%. Os moradores das áreas urbanas gastam mais com habitação que os das áreas rurais: 36,11% contra 28,66%. No interior, o grupo de despesas que mais pesa é a alimentação: 34,12% do orçamento dos lares rurais, contra 19,58% nos centros urbanos.

 

FLÁVIA OLIVEIRA
LUCIANA RODRIGUES
do jornal O Globo

   
 
 
 

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