O governo
está discutindo internamente e deverá aumentar
os preços dos combustíveis para compensar a
disparada da cotação do petróleo no mercado
internacional. Os técnicos da área já
informaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
que será muito difícil manter os preços
internos inalterados com o petróleo cotado a mais de
US$ 40. Mas a decisão final e sobre o percentual de
reajuste será de Lula, que deve tratar do assunto nos
próximos dias, provavelmente antes de embarcar para
a China, na sexta-feira.
O presidente será o árbitro dessa decisão
devido à importância do tema. Ele já teria
discutido o problema com ministros mais próximos, mas
pediu mais informações.
Um ministro confirmou ontem que está muito difícil
resistir às pressões por um reajuste dos combustíveis.
A Petrobras divulgou o lucro do trimestre na semana passada
e o resultado 28,3% menor foi atribuído em parte à
defasagem dos preços.
A Petrobras manteve os preços dos combustíveis
inalterados durante os primeiros quatro meses do ano absorvendo
as variações do petróleo no exterior.
Mas, com a escalada do barril nos últimos dias, a situação
ficou mais complicada.
"A Petrobras é uma empresa aberta e não
pode ter prejuízo. Se continuar a segurar os preços
precisará fazer um ajuste maior mais na frente",
alerta Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central (BC).
Decisão
Além disso, a empresa tem contribuído substancialmente
para os superávits nas contas públicas. Segurar
os preços dos combustíveis, no médio
prazo, pode resultar em prejuízos também para
o governo.
O cuidado do Planalto explica-se, por outro lado, pelo impacto
que o aumento dos combustíveis terá nos índices
de inflação. O BC já previa um reajuste
até o fim do ano para a gasolina e derivados, mas a
turbulência internacional deve antecipar a decisão
do governo sobre o assunto.
Um dos argumentos que vem adiando o reajuste é o fato
de o Brasil ser hoje quase auto-suficiente na produção
de petróleo. Mas os analistas lembram que a empresa
trabalha com um mix : exporta gasolina e importa nafta e diesel,
e não pode se descolar dos preços internacionais
sem que acabe computando prejuízo em suas contas.
As informações são
do jornal O Globo
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