Todo
aluno precisa de aulas de matemática, português
e história. Mas diversão e arte também
são necessárias e estão presentes no
ambiente escolar, com leitura de livros e apresentações
de teatro, música e vídeo. Elemento importante
no desenvolvimento intelectual da criança, as atividades
culturais devem ser incentivadas pelos pais e constituir um
programa em família.
A criança que freqüenta desde cedo e com assiduidade
espetáculos culturais cresce com mais conhecimento
geral. O aumento de vocabulário é um dos reflexos
positivos notados por educadores e psicopedagogos.
"Estava atendendo um menino e brincávamos com
bonecos. Na hora de escolher o brinquedo, ele me pediu o boneco
do Hércules e justificou: "porque ele é
o filho de Zeus!". Essa informação está
registrada e será guardada por ele", explica Maria
Rita Araújo, psicopedagoga e psicomotricista relacional.
A maioria das escolas tem um programa cultural definido,
que inclui visitas a museus, cinemas e galerias de arte, apresentações
de teatro e exibições de filmes. Esse programa
normalmente é discutido nas reuniões e deve,
sempre que possível, ser incentivado pelos pais.
" Um requisito básico é que a escola tenha
uma boa biblioteca e integre atividades culturais ao projeto
de sala de aula", recomenda Maria Rita.
Mas de nada adianta a escola garantir uma vida cultural intensa
se não há incentivo em casa. Assim como na educação
formal, a responsabilidade pela orientação cultural
da criança também deve ser dividida com os pais.
E não há uma idade ideal para que o contato
com a arte comece. O aluno Luiz Pedro Silva Aozani tem quatro
anos e já cobra da mãe, Nara, idas ao cinema
e ao teatro. Matriculado na pré-escola do Rainha do
Brasil, em Porto Alegre, Luiz conta com o interesse e a organização
familiar para manter uma agenda cultural diversificada, já
que os ingressos para apresentações de teatro,
música e cinema têm, em alguns casos, valores
elevados.
"Eu e meu marido reservamos parte do salário
para esses programas", conta a mãe.
A estratégia utilizada pela família de Luiz
Pedro é recomendada pela pedagoga Maristela Galarça
Dutra:
"Além de aproveitar as oportunidades que a escola
oferece, os pais também devem procurar por opções
com entrada franca".
É importante ressaltar que o desenvolvimento da criança
é um processo individual e continuado. Uma vida cultural
movimentada pode aumentar a abrangência de conhecimentos,
mas não garante eficiência no aprendizado.
"É preciso que os pais estejam sempre atentos
aos desejos do filho. Apresentar opções, mas
sem forçar. A atividade deve proporcionar prazer",
conclui a psicopedagoga Maria Rita Araújo.
FABIANO MORAES
do Zero Hora
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