A economia
informal responde quase pela totalidade das pequenas empresas
brasileiras, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) na Ecinf 2003
(Economia Informal Urbana). O estudo feito em parceria com
o Sebrae traça um retrato da informalidade no país.
O número de pequenas empresas no país alcança
10,525 milhões --foram consideradas nesse caso as empresas
não-agrícolas. Desse total, 98% fazem parte
do setor informal, o equivalente a 10,335 milhões de
empresas.
Pela metodologia da pesquisa do IBGE, empresa informal é
aquela que não tem um sistema de contas claramente
separado das contas da família e emprega de uma até
cinco pessoas, incluindo empregados e pequenos empregadores.
A firma pode até ter CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica), mas, se não tiver sistema de contabilidade
próprio, é informal. Os trabalhadores por conta
própria e os autônomos estão nesse universo.
Mas uma pessoa que trabalha sem carteira assinada para uma
empresa formal não está no universo da pesquisa.
A pesquisa também mostra que em 2003 a economia informal
gerou R$ 17,6 bilhões de receita média mensal
e respondeu por um quarto das contratações de
trabalhadores não-agrícolas no país.
As empresas informais empregam cerca de 13 milhões
de pessoas, incluindo trabalhadores por conta própria,
pequenos empregadores, empregados com e sem carteira de trabalho
assinada e trabalhadores não-remunerados.
Grande parte das vagas criadas no setor informal pertence
a trabalhadores por conta própria (69%), 10% são
empregados sem carteira assinada, 10% são empregadores
e 6% trabalham com carteira assinada. Existem também
5% de não-remunerados. É o caso de filhos que
trabalham com os pais no preparo de alimentos para vender
em barracas ou feiras, por exemplo.
Em relação à última edição
da pesquisa, em 1997, houve um crescimento de 9% no número
de empresas informais. O número de postos de trabalho
cresceu 8% neste período.
JANAINA LAGE
da Folha Online |