A participação da rede privada nas matrículas
no ensino médio caiu de 46,5% em 1980 para 12,4% em
2003, segundo dados do Censo Escolar.
O número de estudantes nessa rede não caiu
tanto: de 1,3 milhão em 1980 para 1,1 milhão
no ano passado.
Por outro lado, houve um grande aumento de matrículas
na rede pública: passou de 1,5 milhão para 7,9
milhões no mesmo período, o que explica, em
parte, a queda na participação das escolas privadas.
O diretor-executivo do Sieeesp (sindicato das escolas particulares
de São Paulo), Roberto Prado, cita mais dois fatores
para explicar a diminuição da participação
da instituições privadas. Um é a queda
do poder aquisitivo da classe média.
Aliado a isso, ele aponta a diminuição do público-alvo,
com base no Censo do IBGE (Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). "Enquanto
as famílias com renda acima de dois salários
mínimos, que mal chegam a ser nosso público,
têm dois filhos, as famílias abaixo dessa renda
têm cinco. Estes vão para as escolas públicas",
afirma Prado.
Ajuste
Apesar do número de matrículas no ensino médio
privado ter ficado praticamente estável, a quantidade
de escolas passou de 3,8 mil em 1980 para 6,6 mil no país.
Em São Paulo, foi de 716 para 1.170.
Prado afirma que há mais escolas do que o mercado
comporta. "A concorrência [entre as escolas] está
muito grande. Para fazer um ajuste, há muitas fusões
e compras."
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha Online
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