Ao menos
300 armas foram entregues à Polícia Federal
(PF) ontem, no primeiro dia da campanha que paga indenizações
de até R$ 300 para quem fizer isso.
O balanço ainda era parcial, porque até as 19h
a PF em Brasília ainda não havia obtido os números
finais de armas recebidos em todas as delegacias do país.
A PF recebeu cerca de cem armas em todo o Estado de São
Paulo, de acordo com o porta-voz, Wagner Castilho. Vinte delas
foram entregues na capital, e o restante no interior do Estado.
Na cidade de São Paulo, 62 pessoas procuraram a polícia.
As que não entregaram as armas ontem devem fazê-lo
nos próximos dias, segundo Castilho.
A campanha foi lançada oficialmente ontem e tem o objetivo
de recolher de 70 mil a 80 mil armas até o final deste
ano. O valor das indenizações varia de R$ 100
a R$ 300, de acordo com o calibre e o tipo de armamento.
Dívidas no PR
No Paraná, primeiro Estado do país
a adotar uma lei do desarmamento, o governo acumula uma dívida
de R$ 1,2 milhão de indenizações a cidadãos
que entregaram suas armas em troca de prêmio único
de R$ 100, neste ano.
De janeiro até junho, a campanha do desarmamento -que
não tem ligação com a lançada
pelo governo federal- tirou de circulação cerca
de 20 mil armas, mas apenas 8.000 foram indenizadas.
A oposição ao governador Roberto Requião
(PMDB) chama o atraso de "calote", mas a Delegacia
de Armas e Munições, gerenciadora da campanha,
credita a maior parte da dívida à burocracia.
O cidadão que se desfaz de uma arma no interior tem
a promessa de receber o prêmio em 30 dias, mas o tempo
só começa a contar depois de o processo dar
entrada na delegacia de Curitiba.
Ontem o secretário da Segurança Pública
do Paraná, Luiz Carlos Delazari, disse que o governo
vai liberar R$ 500 mil na próxima semana para cobrir
a entrega de 5.000 armas.
Nos seis primeiros meses do ano, o gasto estadual com a campanha
foi de R$ 2 milhões. Do total, R$ 800 mil se destinaram
às bonificações. A maior parte foi empregada
em material de divulgação e logística.
O dinheiro foi tirado de outros programas da Segurança
Pública, já que não havia rubrica específica
para esse fim no Orçamento de 2004.
Entre as pessoas ainda com dinheiro a receber estão
os policiais civis e militares que apreenderam armas em operações
de rotina. A lei sancionada por Requião em dezembro
de 2003 garante o prêmio aos policiais, mas os critérios
mudaram. Se houver apreensão de até cinco armas
em um único mês, por exemplo, a bonificação
será parcelada em cinco vezes.
Delazari disse que o Paraná foi parâmetro da
adoção da indenização do governo
federal, mas que não haverá adaptação
estadual à campanha nacional. "A escolha caberá
ao cidadão", afirmou. Ele disse que a estrutura
das polícias estaduais facilita o recolhimento pelo
Estado. "A Polícia Federal não está
presente em todas as cidades, como as polícias Militar
e Civil estão."
Delazari afirmou ainda que o pagamento de prêmios maiores
pela PF não será relevante no Paraná.
"Até hoje, nunca recolhemos um fuzil por entrega
espontânea", disse o secretário.
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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