O índice
que mede a qualidade de vida em 167 países mostra que,
no Brasil, melhorou o acesso da população à
escola. Mas, há problemas na saúde pública
e na distribuição de renda. Os dados são
da Organização das Nações Unidas
(ONU).
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado
pela ONU mostra o ranking dos países que melhor resolveram
os problemas de educação, de renda, de saúde
dos seus habitantes. A Noruega está no topo e Serra
Leoa, em último.
A pesquisa deste ano analisa os dados de 2002, último
ano do governo Fernando Henrique. O Brasil aparece em 72º
lugar, um país de médio desenvolvimento humano.
Atrás, por exemplo, da Argentina, do Chile, de Cuba.
" Essa desigualdade entre os que têm muito e os
que não têm nada é que faz do Brasil ser
um país desse jeito sofrido", afirma José
Carlos Lima, advogado.
Em comparação com a pesquisa divulgada no ano
passado, o Brasil caiu sete posições, de 65º
para 72º, por causa da queda na taxa de alfabetização
de adultos. Mas a ONU diz que o Brasil não piorou,
já que o número de países aumentou e
o cálculo de um dos indicadores, o de Educação,
foi modificado.
Apesar das estatísticas, é justamente em educação
que o Brasil vem tendo o seu melhor desempenho nos últimos
anos.
"Acho que as pessoas estão mais preocupadas com
a educação, com isso elas estão cobrando
mais e está havendo essa melhora", opina Luciana
Oliveira, publicitária.
Noventa e dois por cento dos brasileiros em idade escolar
estão matriculados. Mais que a média latino-americana.
"Mas quanto ao emprego, continua o desemprego e saúde
ainda falta muito para melhorar o atendimento", acha
Rodrigo Rabelo, estudante.
A dificuldade de acesso à saúde pública
e a alta taxa de mortalidade infantil - de cada mil nascidos,
30 morrem - impediram uma avaliação melhor do
Brasil. Segundo a ONU, melhorar a qualidade da água
é o grande desafio para reduzir os problemas de saúde.
E não é só aqui.
Em todo o mundo, mais de um bilhão de pessoas não
tinham acesso a água potável. Dois bilhões
e setecentos milhões viviam em domicílios sem
saneamento básico. Dona Geronilce Rodrigues, de Brasília,
é uma delas. Ela acha que é por causa da falta
de saneamento que a pele do filho está com problemas.
"Eu acho que deve ser da poeira, a água sem tratar
direito, não tem um filtro para filtrar uma água,
aí fica diícil", reclama Geronilce Rodrigues,
desempregada.
"Essa criança ou este adulto vai inevitavelmente
uma hora acabar recorrendo aos serviços de saúde.
Ela vai sobrecarregar o sistema de saúde", observa
Muriel Gubert, nutricionista.
O catador Joaquim dos Santos diz que a sorte dele é
ter saúde:
"É assim que sustento minha família, desse
jeito, todo dia, todo dia. É duro", lamenta.
Por dia, o seu Joaquim ganha de R$ 10 a R$ 15 catando restos
de ferro. Ele sustenta a família com menos de US$ 1
por dia, um dólar padrão calculado pelo Banco
Mundial. Em todo o mundo, 1,1 bilhão de pessoas vivem
em pobreza extrema.
Mesmo assim, o brasileiro está vivendo mais: 68 anos.
A renda per capita anual de US$ 7.770 é igual à
média mundial.
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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