Com o
objetivo de desenvolver projetos de intervenção
comunitária em suas comunidades, jovens e adolescentes
que freqüentam os Centros Educacionais Unificados (CEUs),
da Prefeitura Municipal de São Paulo, estão
participando do Projeto Ponto de Encontro desde o começo
de julho. A proposta parte inicialmente da formação
dos educadores dos centros, educadores das escolas vizinhas
e da comunidade. Os encontros com esses profissionais começaram
em abril e vão até dezembro deste ano.
Promovido pela Secretaria Municipal de Educação
e coordenado pelo Cenpec, o Ponto de Encontro tem três
eixos norteadores - Cidadania, Ética e Identidade –
que serão trabalhados com os jovens a partir de temas
de interesses como sexualidade, família, justiça,
trabalho, educação e cidadania.
Um conjunto articulado de oficinas são ministradas
no contra-turno das aulas; elas são temáticas;
culturais e de elaboração de projetos de intervenção
comunitária. “A intenção é
propiciar o conhecimento e a consciência dos direitos
e responsabilidades, promovendo a compreensão crítica
de questões contemporâneas relacionados aos temas”,
explica Maria José Reginato, pesquisadora do Cenpec
e uma das coordenadoras do projeto.
Outras formas de aprender
A metodologia de ensino do Ponto de Encontro é
um dos principais ganhos na opinião dos educadores.
“Estou aprendendo uma outra metodologia de trabalho,
um conhecimento sistematizado que me dá base para agir.
Além disso, está sendo uma novidade para mim
porque até então não havia atuado na
comunidade. Minha trajetória profissional sempre foi
na iniciativa privada”, conta Edilson Grum Jaremciuc,
coordenador de Projetos de Esportes do CEU Três Lagos,
zona sul da Capital.
Para Edilson, o maior desafio nesse processo, independente
dos temas escolhidos, será trazer de fato o adolescente
para o centro da roda, seduzi-lo. “Depois disso, o restante
será muito mais fácil. Não podemos desistir,
só aperfeiçoar.” Rochele Beatriz Sá,
produtora cultural do CEU Alvarenga, zona sul de São
Paulo, acredita que o projeto aparece como um estímulo
para esses jovens. “Vejo o quanto é gratificante
para eles serem valorizados. O projeto serve como um grande
estímulo porque o que eles menos têm hoje é
perspectiva”.
Segundo Vilma Valéria Rocha, coordenadora pedagógica
da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Miguel Vieira
Ferreira, próximo ao CEU Cidade Dutra, também
da zona sul, essa ação está permitindo
que aprofundem os assuntos já conhecidos por eles.
“Estamos desenvolvendo nossas ações com
mais facilidade já que o formato do projeto –
em oficinas temáticas – nos trouxe nova maneira
de conduzirmos nosso trabalho. Este conteúdo modulado
exige que planejemos nossa ação. Além
disso, aponta uma série de caminhos para darmos voz
aos jovens - uma dificuldade bastante grande para vários
educadores - sem que o ambiente vire uma bagunça.”
Vilma lembra ainda que o projeto tem ajudado a articular melhor
os demais projetos da escola.
O material também ganha destaque entre os participantes
da formação, como Creusa Cândico dos Santos
Silva, coordenadora do CEU Três Lagos. “Gostei
muito porque ele oferece possibilidades de trabalhar no contra-turno
junto com a comunidade, mas também pode ser utilizado
nas atividades curriculares com os alunos”. Rochele
ressalta também a riqueza de informações
que o conteúdo oferece. “Ele traz muitas referências
bibliográficas e sugestões de leituras, autores
e fontes para que possamos diversificar ainda mais a formação
junto os jovens”.
As informações são
do site do Cenpec.
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