O Ministério da Educação
prepara uma série de medidas para tentar melhorar o
nível do ensino médio e reduzir as diferenças
sociais e regionais retratadas pela última edição
do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). A estratégia,
anunciada na quinta-feira pelo secretário de Educação
Média e Tecnológica do Ministério da
Educação, Antônio Ibañez, deverá
concentrar seus esforços para reduzir as dificuldades
enfrentadas por estudantes que freqüentam cursos noturnos.
O secretário está convicto de que qualquer
ação nesta área proporcionará
impactos positivos. “Eles são a maioria, 60%.
Não têm tempo para estudar, livros para consultar.”
Por essa razão, a secretaria antecipou a distribuição
de livros didáticos para ensino médio em seis
meses.
A distribuição passará a ser feita a
partir de julho de 2004, para as Estados das regiões
Norte e Nordeste. Os livros serão para as disciplinas
de português e matemática.“Era quase uma
imposição das secretarias Estaduais”,
disse o secretário.
Obrigatório
Ibañez também deu mais detalhes sobre a transformação
do ensino médio obrigatório. A medida deverá
abranger alunos com até três anos de defasagem
série-idade. A expectativa é de que a regra
já esteja valendo no próximo ano.
Para jovens e adultos, a secretaria estuda a preparação
de um projeto educacional adequado, que contemple não
só a formação, mas também a profissionalização.
“Isso será mais interessante para este público”,
afirmou.
O secretário anunciou ainda a edição
ainda esta semana de um decreto criando o ensino médio
tecnológico. “A idéia é atrair
jovens com cursos que tragam conteúdo do ensino médio
e, ao mesmo tempo, ofereçam uma habilitação
técnica.” O curso teria quatro anos de duração.
Professores
Para melhorar a formação de professores, está
em fase final a criação da Coordenadoria de
Aperfeiçoamento de Ensino Médio e Profissional.
Uma portaria do ministro da Educação, Critovam
Buarque, deve ser editada nos próximos dias, afirmou.
“Nossa intenção é que ela tenha
a mesma importância que a Capes exerce no ensino superior”,
comparou.
Ibañez admite que a questão salarial também
é icrucial. Ele calcula que até meados de dezembro
os trabalhos do grupo interministerial criado para estudar
a remuneração dos professores anuncie seus resultados.
LÍGIA FORMENGI
Da Agência Estado
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