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Levantamento
da Firjan indica que setor movimenta R$ 381,3 bilhões
por ano e emprega 35,2 milhões de pessoas
A indústria criativa movimenta em torno de R$ 381,3
bilhões por ano no País, o equivalente a 16,4%
do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e emprega 35,2
milhões de pessoas. Os dados constam de um levantamento
inédito feito pela Federação das Indústrias
do Rio de Janeiro (Firjan) e leva em conta áreas que
vão desde cinema, música, arquitetura e design
até atividades indiretas relacionadas e de apoio em
produção e serviços.
"No Brasil não havia sido
feito, ainda, um levantamento assim, talvez porque não
se prestou atenção que esse é um dos
setores que vêm crescendo no País", disse
a diretora de desenvolvimento econômico da federação,
Luciana de Sá. Segundo ela, o comércio internacional
de bens e serviços criativos cresceu a uma taxa anual
de 8,7% de 2000 a 2005, bem acima da variação
de 5% das exportações totais desses itens, com
base em dados da Conferência das Nações
Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
Atividades criativas, no critério
da Unctad, são as que usam no ciclo de produção
e distribuição itens que "usam a criatividade
e capital intelectual como insumos primários".
A pesquisa da Firjan levou em conta 12 atividades principais:
artes visuais, publicidade, expressões culturais, televisão,
música, artes cênicas, filme e vídeo,
mercado editorial, software, moda, arquitetura e design, além
do grupo de serviços indiretos. Na próxima semana,
a Firjan fará um seminário sobre o assunto.
Rio de Janeiro
Essas 12 áreas principais da cadeia criativa respondem
por 2,6% do PIB brasileiro. O Rio de Janeiro é o Estado
com o maior peso da chamada indústria criativa no PIB
local: 4%, seguido de São Paulo, com 3,4%. Já
as atividades relacionadas a essas áreas (material
de artesanato, publicidade, instrumentos musicais, registro
de marcas e patentes, dentre outras) equivalem a 5,4% da economia
do País e as atividades de apoio (consultoria especializada,
insumos, maquinários) a 8,4% - somando o peso total
de 16,4%.
Levando-se em conta a cadeia total
das indústria criativa (atividades diretas e indiretas),
o maior peso no PIB é o de Santa Catarina (21,4%),
seguido por Minas Gerais (21,3%), São Paulo (19,1%)
e Rio (17,4%).
No total empregado diretamente nas
atividades principais, o Rio lidera o ranking, com 2,4% de
todos os trabalhadores formais, seguido de São Paulo
(2,2%). O mesmo acontece na renda média do trabalho
no setor, que é de R$ 2.182 no Rio, de R$ 2.124 em
São Paulo e R$ 1.666 na média do País.
O editor de imagens, Moisés
Zylberberg, 38 anos, trabalha nessa indústria. Desde
o colégio, fez cursos de cinema e animação
e, hoje, trabalha com edição e produção
de imagens. Ele avalia que o mercado está aquecido
no Rio. "Tem oportunidade na área de televisão,
tenho amigos músicos que estão tocando quase
toda noite", exemplifica.
Zylberberg trabalha na Multirios,
empresa produtora de televisão da Secretaria Municipal
de Educação, e na Globosat. "Sempre gostei
dessa parte de audiovisual, desde criança. O Rio vem
crescendo nesta área. Além disso, muitos profissionais
que trabalham com esses segmentos moram aqui."
Nilson Brandão Junior
O Estado de S. Paulo
Emprego na construção
dispara 185% no trimestre
Aquecimento do mercado imobiliário
foi o responsável pela criação[br]de
113,9 mil novas vagas no País entre janeiro e março
Com o aquecimento do mercado imobiliário,
o emprego na construção civil disparou 185,5%
no País no primeiro trimestre de 2008 em relação
a igual período no ano passado. Segundo levantamento
do Sindicato da Indústria da Construção
Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), de janeiro
a março, foram abertas 113.852 vagas no setor. No mesmo
intervalo de 2007, foram criados 39.873 postos de trabalho.
"O crescimento do momento é
conseqüência de investimentos feitos há
dois anos pelas construtoras", disse o diretor de Economia
do Sinduscon, Eduardo Zaidan. Ele lembra que, nesse período,
os empréstimos da poupança para imóveis
aumentaram de maneira significa, empresas importantes captaram
grande volume de recursos abrindo capital (IPOs) e a renda
familiar cresceu.
Os novos postos de trabalho, até
março de 2008, já representam mais que a metade
do total de vagas criadas em todo o ano de 2007. O estoque
de trabalhadores com carteira assinada atingiu novo recorde
em março e está em 1,948 milhão, o que
representa aumento de 16,8% em relação a março
do ano anterior. "Até o primeiro semestre de 2009,
mesmo que o cenário econômico passe por alterações,
teremos crescimento de empregos porque projetos e obras para
esse ano estão em andamento", diz Zaidan. Para
2008, ele prevê crescimento de 7% a 8% para a construção
civil. "Para uma reviravolta do setor, no próximo
ano, só se houver subida de juro real, restrição
ao crédito e uma perspectiva inflacionária ruim."
Em março, na comparação
com os últimos 12 meses, o emprego na construção
civil cresceu 21% na região Centro-Oeste, 20% na região
Norte, 17,5% no Sudeste, 15% no Sul e 13,5% no Nordeste. Na
comparação trimestral de 2008 ante 2007, a região
Centro-Oeste se destacou, com crescimento de 665,9% no número
de contratações e criação de 11,7
mil postos. Mas o Norte do País , quando se utiliza
este tipo de comparação, revela uma perda de
47 postos de trabalho. É bem menos do que no ano anterior,
quando foi registrado corte de 671 empregos. O diretor do
Sinduscon observa que o setor tem uma sazonalidade grande
entre novembro e fevereiro, quando é comum uma retração
no emprego. "O importante é que, na comparação
dos últimos 12 meses, todas as regiões mostram
crescimento", disse.
No Estado de São Paulo, foram
criadas nos primeiros três meses do ano 37,3 mil vagas
no setor de construção, o que representa uma
alta de 126,6% na comparação com igual período
em 2007. O estoque de trabalhadores com carteira assinada
no Estado em março chegava a 553,4 mil. O volume é
22% superior ao mesmo mês do ano anterior. Na capital
paulista, de janeiro a março, surgiram 17,5 mil empregos
com registro em carteira. O total é 96% superior a
igual período em 2007.
Vera Dantas
O Estado de S. Paulo
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