SALVADOR. Enquanto os principais
líderes governistas tentam minimizar os efeitos da
crise provocada pelo ex-assessor de Assuntos Parlamentares
do Planalto Waldomiro Diniz — acusado de tráfico
de influência e de cobrar de um bicheiro propina e contribuições
de campanha — o ministro do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, Jaques Wagner, admite as dificuldades
do governo em administrar crises e compara o PT ao pugilista
Adilson Rodrigues, o Maguila, que segundo ele, “gosta
de bater mas não agüenta apanhar”.
"O conjunto do PT é igual ao Maguila: adora bater,
mas não agüenta tomar soco".
A comparação foi feita na noite de ontem, quando
o ministro visitou o camarote da cantora Daniela Mercury,
no carnaval de Salvador.
Wagner, que deixou a pasta do Trabalho na reforma ministerial,
mês passado, acredita que o PT vai sair arranhado dessa
crise em conseqüência da sua inexperiência
em governar.
"Vamos enfrentar muitas dificuldades até revertermos
essa situação", previu.
O ministro considerou, porém, acertadas as medidas
adotadas de imediato pelo governo para apagar o incêndio
e disse que o presidente Lula não pode ser julgado
pela atitude de um funcionário:
"Somos defensores da transparência e de uma punição
exemplar para todos os envolvidos nesse caso".
“Oposição é outra coisa”
Para Wagner, o ministro José Dirceu não
deveria ter confiado em Diniz, “uma pessoa que não
merece confiança, que está envolvida com a máfia
do bingo”.
Jaques Wagner disse ainda ser contrário à instalação
de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
para investigar as denúncias de corrupção
no caso Waldomiro.
"Quem pensou que o PT agiria da mesma forma como agia
quando era oposição, se equivocou. Governo é
uma coisa, oposição é outra", disse.
Mas admitiu que o partido teria outra postura caso as denúncias
tivessem ocorrido na administração de Fernando
Henrique Cardoso:
"Nesse caso, claro que defenderíamos a CPI".
Na sexta-feira, o presidente nacional do PT, José
Genoino, minimizou a importância de Waldomiro Diniz
ter se encontrado com diretores da Gtech, empresa que teria
firmado um vantajoso contrato com a CEF no início do
governo Lula. “Um simples encontro não é
prova de irregularidade”, disse Genoino.
As informações são
do jornal O Globo.
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