O trabalho
de voluntários conseguiu diminuir em 2% a população
de analfabetos com idade acima de 15 anos em Curitiba, num
prazo de um ano. Das 40,2 mil pessoas que não sabiam
ler nem escrever, 927 já foram beneficiadas pelo projeto
Mutirão das Letras, que está completando seu
primeiro ano de existência. A iniciativa da prefeitura
une esforços de empresas, cidadãos, organizações
não governamentais, associações, igrejas
e outras entidades numa rede solidária com 70 parceiros,
onde cada um participa como pode, ensinando ou doando material,
lanche e até mesmo espaço para que as aulas
aconteçam.
A idéia de envolver poder público e sociedade
no combate ao analfabetismo surgiu depois do Censo 2000. Os
dados revelaram que 3,4% da população curitibana
não sabia ler e escrever. A partir daí, a prefeitura
detectou que principalmente nas áreas de ocupações
irregulares da cidade havia verdadeiras aglomerações
de pessoas com pouca escolaridade. "Assim surgiu a proposta
de unir esforços para criar postos alternativos de
alfabetização, com horários específicos
para atender esta camada da população",
conta a coordenadora do programa Aprender, Elizabete Naizer,
da Secretaria Municipal da Educação.
Atualmente, 1.219 pessoas estão freqüentando
as aulas ministradas em 161 diferentes locais, por 234 professores
voluntários. A catadora de papel Tereza Ferreira, 36
anos, é uma das alunas. Para ela, que sentia vergonha
por não poder ajudar a filha nas tarefas escolares,
aprender a ler significa ser mais independente. “Não
sabia o que responder à minha filha, agora vou ganhar
mais independência”, diz.
Para comemorar o primeiro ano de vigência, a prefeitura
assinou ontem um convênio com a Associação
Paranaense de Supermercados e o Instituto Escola Parananense
de Supermercado para a distribuição de 2 mil
cestas básicas entre as pessoas que participam do programa.
A intenção é estimular a permanência
dos alunos no programa, uma vez que muitos deles precisam
abandonar as aulas para trabalhar. Os mantimentos ajudam as
famílias a se manter durante um mês e o ritmo
de trabalho pode ser reduzido, sobrando mais tempo para o
estudo. O problema é que o acordo só prevê
esta primeira doação e, por isso, a prefeitura
estaria buscando mais colaboradores. Os interessados podem
entrar em contato com a prefeitura pelo 156 ou direto com
a Secretaria de Educação, pelo (041) 350-3022
ou 350-3021.
As informações são
da Gazeta do Povo.
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