Algumas
das principais lideranças jovens do Brasil decidiram
criar uma organização única para representar
essa faixa da população que engloba 34 milhões
de pessoas. Foi criada nesta semana a Renaju (Rede Nacional
de Organizações da Juventude), com o objetivo
de sistematizar as reivindicações do setor,
acompanhar e fiscalizar a implementação das
políticas públicas nessa área.
A entidade, que congrega 35 organizações não-governamentais,
foi criada durante o encontro Vozes Jovens II, que terminou
nesta quarta-feira em Brasília e contou com o apoio
de dez braços das Nações Unidas no Brasil,
entre eles o PNUD. O evento reuniu mais de 250 lideranças
jovens brasileiras e promoveu discussões que vão
resultar em propostas concretas de ação, a serem
divulgadas na semana que vem.
A rede inclui segmentos tão diferentes como entidades
ligadas ao empreendedorismo juvenil, indígenas, quilombolas
(descendentes de escravos que se refugiavam em quilombos),
ambientalistas, adeptos do hip hop, membros de organizações
rurais e ecumênicas. Os movimentos estudantis, como
UNE (União Nacional dos Estudantes) e UBES (União
Brasileiras dos Estudantes Secundaristas), por enquanto ficaram
de fora. “Não porque haja qualquer restrição,
mas porque elas estão agora absorvidas nas discussões
da reforma universitária”, afirma Paulo Petri,
presidente da Comissão dos Jovens Advogados (OAB Jovem)
e um dos coordenadores da Renaju.
“É o maior grupo de jovens do Brasil e talvez
o maior da América Latina. Para o governo isso é
muito importante, pois temos agora um interlocutor de qualidade”,
afirmou Rodrigo Abel, assessor da Secretaria Nacional de Juventude
e um dos organizadores do Vozes Jovens II.
O grupo ainda não existe oficialmente, foram criados
grupos de trabalho para formular o estatuto da entidade, elaborar
as diretrizes de comunicação e de relações
internacionais. Mas já tem tarefas. Uma delas é
participar da confecção do plano de ação
do Vozes Jovens II. “Os grupos estão sintetizando
as discussões dos últimos dias. Esperamos que
saiam com um documento com propostas concretas”, afirmou
Zezé Weiss, especialistas do Banco Mundial em desenvolvimento
social e sociedade civil e uma das organizadoras do evento.
O plano de ação, destaca Zezé, vai propor
que as políticas para a juventude dêem atenção
especial a indígenas, moradores da zona rural e quilombolas.
Entre as idéias a serem apresentadas estão implantação
de cisternas no semi-árido, de mandalas (pequenas unidades
de gestão de água) em comunidades indígenas
e reforço nas atividades de lazer e esporte em escolas
quilombolas. Caberá à Rede Nacional de Organizações
da Juventude acompanhar a execução dessas propostas.
As informações são
da PNUD Brasil. |