O Bolsa
Família, principal programa de transferência
de renda do governo federal, cresceu mais nas regiões
metropolitanas em 2004, mostram dados do Ministério
do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome. Nesses
locais, o número de famílias cadastradas mais
do que dobrou no ano passado, enquanto nas outras regiões
a expansão foi pouco maior que 60%.
Em janeiro de 2004, as regiões metropolitanas contavam
com 662,3 mil domicílios inscritos no projeto. Em dezembro,
eram 1,7 milhão, um salto de 158%. Nas outras áreas,
o crescimento foi de 64,7%: o programa beneficiava 2,9 milhões
no primeiro mês do ano passado, e 4,8 milhões
em dezembro.
A estratégia de acelerar a expansão do Bolsa
Família nas grandes cidades partiu do diagnóstico
de que elas “estavam sub-representadas no cadastro”,
afirma Sérgio Paganini, diretor de Gestão de
Programas de Transferência de Renda do Ministério
do Desenvolvimento Social. Isso se devia em parte, explica,
às características de alguns programas englobados
pelo Bolsa Família, presentes principalmente no semi-árido
nordestino (como Cartão Alimentação e
Bolsa Alimentação). Além disso, segundo
ele, as prefeituras das cidades menores, de modo geral, haviam
se engajado mais rapidamente ao programa, já em 2003.
A expansão nas regiões metropolitanas tem sido
freqüentemente ligada a parcerias com governos municipais
e estaduais, para complementar o benefício pago às
famílias. “Isso é importante, porque nas
regiões metropolitanas o custo de vida é mais
alto”, enfatiza Paganini. A parceria existe, por exemplo,
em Aracaju, Belém, Boa Vista, Brasília, Goiânia,
Natal, Palmas, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
O Bolsa Família concede um pagamento fixo (R$ 50)
a domicílios em situação de pobreza extrema
(renda per capita inferior a R$ 50) e um pagamento variável
(de R$ 15 a R$ 45) a famílias pobres (renda per capita
de até R$ 100). O benefício, portanto, pode
variar de R$ 15 a R$ 95, sem contar a eventual contrapartida
da Prefeitura ou do Estado. O pagamento é condicionado
a requisitos como ter os filhos em idade escolar matriculados
e passar por atendimento periódico em postos de saúde.
Ao crescer nos bolsões de pobreza das regiões
metropolitanas, o programa chegou a famílias com menos
filhos, o que resultou num repasse médio menor: a média
do benefício passou de R$ 70,23 para R$ 65,69.
As informações são
da PNUD Brasil.
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