Em um
mês em que Porto Alegre costuma se esvaziar devido às
férias escolares e ao forte calor da cidade, o Fórum
Social Mundial é uma boa opção econômica
para a cidade movimentar e atrair recursos. A estimativa é
de que, neste ano, o retorno financeiro chegue a R$ 134 milhões.
De acordo com o secretário municipal de Produção,
Indústria e Comércio, Idenir Secchin, o cálculo
foi feito com base na divisão de três grupos
de pessoas que participam do Fórum.
Primeiro, um público econômico, em sua maioria
jovens, e que fica "hospedado" no Acampamento Internacional
Social. Cada uma dessas cerca de 30 mil pessoas gasta, por
dia, ao redor de US$ 10 e ficam na cidade por aproximadamente
dez dias.
O segundo grupo, intermediário é composto por
cerca de 60 mil pessoas com gasto médio diário
de US$ 40 e, no terceiro, o mais abastado, há 10 mil
pessoas que têm estimativa de gastar US$ 150 por dia.
"Os intermediários, em geral, vieram a trabalho
e ficam em média seis dias, que é o tempo que
dura o evento. O grupo mais abastado fica entre três
e quatro dias, mas janta nos melhores restaurantes e se hospeda
nos melhores hotéis", definiu Sechinn.
O secretário afirmou ainda que ao resultado final dessa
estimativa deve ser considerado os dias que antecedem o fórum,
nos quais diversos outros eventos são realizados em
Porto Alegre.
Custo
O custo do Fórum está entre R$ 14 e
R$ 15 milhões. Quase um terço desses recursos
R$ 4,5 milhões vêm de cooperação
internacional, como ONGs (Organizações Não-Governamentais)
e fundações.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ajudou com R$ 6 milhões, enquanto o governo do Estado,
comandado por Germano Rigotto (PMDB), e a prefeitura, chefiada
por José Fogaça (PPS), deram R$ 2 milhões
cada um.
Além da previsão da prefeitura, o Sindicato
de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Porto
Alegre fez uma estimativa específica das vendas em
suas áreas. Segundo os cálculos, o Fórum
Social trará a esses setores R$ 20 milhões.
O valor é alto, em se considerando que representa o
faturamento de um período de 10 a 15 dias em um mês
de movimento "médio" na cidade.
CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online
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