Os diretores
das escolas estaduais de São Paulo estabeleceram em
votação, na última semana, que a carga
horária dos alunos do ensino médio diurno vai
aumentar de 25 para 30 horas semanais. A decisão prevê
ainda a inclusão de aulas de filosofia, sociologia
ou psicologia na grade.
Os professores da rede e especialistas em educação
defendem que a mudança deve atingir também o
ensino fundamental e noturno, que continuam com cargas horárias
reduzidas.
"Essa alteração é uma briga antiga
da categoria. Desde que foi feita a redução,
estamos alertando que a qualidade de ensino foi prejudicada",
disse Carlos Ramiro, presidente da Apeoesp (sindicato dos
professores de São Paulo).
A redução à qual ele se refere foi feita
em 1998, na administração Mário Covas,
pela então secretária de Educação
Rose Neubauer (PSDB). Na ocasião, tanto o ensino fundamental
quanto o médio tiveram a carga horária reduzida
de 30 para 25 horas por semana - no período noturno
a redução foi de 25 para 20 horas.
"A questão da carga horária é um
problema sério no sentido do conteúdo. Assuntos
e temas que poderiam ser discutidos e abertos para questionamentos
dos alunos acabam sendo dados à pressas para o cumprimento
do currículo", afirmou Leny Magalhães Mrech,
especialista em metodologia da educação da USP.
A coordenadora de estudos e normas pedagógicas da secretaria
Estadual de Educação, Sonia Maria Silva, afirmou
que a mudança da carga horária envolve uma série
de estudos técnicos e financeiros e, portanto, a secretaria
irá fazer as mudanças em etapas. "Nosso
próximo passo é fazer o estudo para o ensino
médio noturno. Mas a questão é complexa,
pois envolve a disponibilidade dos alunos", disse. Segundo
a secretaria, a mudança no ensino médio diurno
terá investimento de aproximadamente R$ 90 milhões.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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