LONDRINA
(PR) - Eles são alunos e ex-alunos de colégios
Marista e, desde anteontem, protagonizam momentos de muita
diversão com crianças carentes da zona norte
de Londrina. Voluntários da 1ª Missão Solidária
realizada pela Pastoral da Juventude Marista, 90 adolescentes
e jovens vindos de quatro estados brasileiros escolheram passar
parte das férias no evento que tem o objetivo de levar
solidariedade a comunidades carentes.
As atividades, realizadas no Centro Social Marista (Cesomar)
de Londrina, terminam no dia 31 deste mês. A intenção
da Pastoral, segundo Irene Elias Simões, da equipe
de coordenação do evento, é proporcionar
aos jovens a experiência de conhecer a realidade de
comunidades menos abastadas.
Os voluntários realizam atividades que incluem prática
de esportes e oficinas de arte, higiene pessoal, primeiros
socorros e espiritualidade, entre outros temas. Também
preparam uma horta comunitária, estão reformando
o salão paroquial local e fazem visitas domiciliares.
O estudante Daniel de Freitas, 16, veio de São José
(SC). Após realizar brincadeiras com música,
ele se espantou porque muitos participantes não conheciam
a brincadeira ''Escravos de Jó'', tradicional entre
os brasileiros. A alegria das crianças diante da hora
do lanche também emocionou Daniel, que passou a valorizar
a própria condição sócio-econômica.
''Não possuo muito, mas tenho famíla, apoio
e alimentos na mesa'', disse.
Vinda de Criciúma (SC), a estudante Renata Broguin,
17, está coordenando os trabalhos de oficina. Assim
como Daniel, ela aprova a experiência. ''Muita gente
não tem o carinho que nós recebemos da família
e amigos'', disse. A adolescente conta que a troca das férias
pelo trabalho voluntário não significa, entretanto,
abdicar da diversão. ''Somos todos amigos e fazemos
as atividades brincando. É um divertimento'', opinou.
As brincadeiras e oficinas agradaram os pequenos participantes
da Missão. Veterano no curso de teatro do Projeto Viva
Vida, Vanderson da Corte Tavares, 10, saiu do Conjunto José
Belinati (zona norte) para participar da oficina de teatro
ministrada pelos estudantes.
''Gostei da maquiagem que eles fizeram'', disse o garoto,
que também aprovou o lanche servido pela organização
do evento. ''Lá em casa a gente nunca toma lanche'',
contou. Apesar de sua desenvoltura nas atividades, ele não
tem intenção de se tornar ator.
Vizinho de Vanderson, Márcio Henrique dos Santos,
10, também gostou do teatro e do lanche. Seus maiores
elogios, porém, foram para os estudantes voluntários.
''Os 'professores' são muito legais'', afirmou. Emilly
Crisitina de Souza Rocha, 10 anos, moradora do Conjunto Semíramis
(zona norte), esperava ansiosamente a hora de protagonizar
uma bailarina na peça de teatro. Participante desde
o primeiro dia, ela também frequentou as oficinas de
capoeira e boas maneiras. ''Aprendi bastante'', sintetizou
a menina.
CAROLINA AVANCINI
da Folha de Londrina
|