Entidades
procuram meios para misturar o verde ao tom cinza da cidade
Keila Baraçal
Depois de elaborar projetos para o
plantio de árvores na rua Augusta e na avenida
Nove de Julho, a Sociedade dos Amigos, Moradores, Comércio
e Serviços de Cerqueira César (Samorcc) está
com a intenção de colocar outras 298 mudas ao
longo da Frei Caneca. As árvores fazem parte daquilo
que a presidente da entidade, Célia Marcondes, chama
de “paisagismo urbano.”
E as ações para o aumento
da paisagem verde na cidade não param por aí.
No Itaim Bibi, por exemplo, o biólogo e coordenador
do Grupo Memórias do Itaim Bibi, Helcias Bernardo de
Pádua, organiza um trabalho voluntário que permite
a identificação, catalogação e
implantação de placas em mudas do bairro. A
atividade, segundo ele, servirá para resgatar a história
do Itaim.
Frei Caneca
“Duas das árvores que serão plantadas
servirão para homenagear Raul Seixas e Frei Caneca”,
explicou Célia. A muda para o religioso será
posta nas imediações da Igreja do Divino Espírito
Santo, altura do número 1.047, porque “você
liga o nome do frei à igreja”. Já a de
Raul Seixas ficará perto do Shopping Frei Caneca, altura
do número 570. “Escolhemos este ponto porque
sabemos que o Shopping vai ajudar a cuidar da muda. Sabemos
também que ele [Raul Seixas] morou e freqüentou
bastante a rua”, disse. O projeto para arborizar a região
espera agora a ajuda de patrocinadores – em geral, comerciantes.
Rua Augusta e Parque Augusta
As articulações
para fazer o Parque
Augusta estão caminhando, segundo Célia.
No dia 6 deste mês, em segunda audiência pública
na Câmara Municipal, representantes do bairro compareceram
para tentar transformar em lei o projeto que já existe.
“É preciso fazer a desapropriação.
Garanto que o preço dela é muito menor do que
o benefício que o Parque vai trazer para a cidade”,
disse.
A Samorc também está
tentando plantar mais mudas de árvores na rua Augusta.
“A rua é altamente poluída, precisa de
mais verde.” Por ora, há alguns exemplares colocados
entre o trecho das ruas Lorena e Oscar Freire. Todas elas
foram plantadas com a ajuda da vizinhança e da comunidade.
Itaim Bibi
O intuito é transmitir conhecimento para a comunidade
através de um banco de dados para futuras pesquisas
dos moradores. Ao todo, já foram identificadas cerca
de 101 espécies e, pelo menos, 96 delas já estão
catalogadas na biblioteca Anne Frank..
Além das árvores
símbolos do bairro, como Gerivá, o local tem
outro importante exemplar: o Jequitibá, tombado como
patrimônio histórico de São Paulo na década
de 90.“A gente sempre encontra alguém que mora
na região, conta histórias de vida histórias,
da região e histórias das árvores”,
disse o professor.
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