"Casa
Lambida" é nome da instalação-protesto
realizada segunda à tarde numa das rampas "antimendigo"
do vão que dá acesso à av. Paulista,
em São Paulo, por uma dúzia de jovens artistas
capitaneados por Floriana Breyer, 23.
A obra se sobrepôs à "instalação"
anterior: a rampa de superfície áspera feita
pela Prefeitura de São Paulo na gestão de José
Serra (2005-2006) na passagem subterrânea que liga a
Paulista à av. Doutor Arnaldo para impedir que o local
servisse como abrigo e dormitório para os mendigos
da região.
Sobre a polêmica obra, colaram cartazes com desenhos
de telhas, ao longo de toda a parte inclinada e áspera,
e outros que simulavam porta e janela, na lateral. "Fiz
essa proposta de fazer da rampa uma casa", disse Breyer,
rodo molhado de cola na mão, capacete verde na cabeça,
vestindo uma longa capa de chuva adornada com um papagaio
(periquito?) no lado direito do peito.
A estudante de artes plásticas da Faap (Fundação
Armando Álvares Penteado) disse que a rampa representa
"uma forma muito agressiva" de remoção
de pessoas. Chamou os amigos para "levantar a discussão
sobre o espaço público e o trabalho coletivo".
A obra é também seu trabalho de conclusão
de curso. Breyer disse que não tem medo de ser reprovada
e confia que seus professores passarão pelo local para
lhe dar uma nota. "Eles vão ter de se virar para
entender essa nova história aí."
Rafael Cariello
As informações são da da Folha
de S.Paulo.
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