HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
 

críticaS
31/03/2004
Cristovam diz que governo faz assistencialismo e não combate problemas

BRASÍLIA - Ao participar do Fórum Internacional sobre Direitos Humanos e Direitos Sociais, no Tribunal Superior do Trabalho, o ex-ministro da Educação e hoje senador Cristovam Buarque (PT-DF) criticou as políticas de erradicação do trabalho infantil no Brasil e da prostituição infantil. Segundo ele, após um ano e três meses de governo Lula, não há combate efetivo dos problemas, apenas políticas assistencialistas. Cristovam fez questão de incluir-se na crítica, frisando que falava como "militante do partido do presidente da República".

"Não marcamos prazo para acabar com o trabalho infantil no Brasil e, se não tem prazo, não é abolição, é assistência. O mesmo se pode dizer da prostituição infantil. Temos programas para cuidar das meninas prostituídas mas, apesar de toda a beleza da assistência, isso não é suficiente. O Brasil ainda não completou o ciclo da abolição da escravatura iniciado com a Lei Áurea em 1888. Os escravos libertos no século 19 são os pobres de hoje que não têm emprego, não têm o que comer e vivem em favelas, que nada mais são do que senzalas revisitadas", afirmou.Cristovam afirmou que o governo federal dispõe de recursos suficientes para "completar a abolição".

"Um país que tem R$ 1,6 trilhão de renda nacional, que tem um terço desta renda nas mãos do Estado, mesmo que tenha que gastar quase 30% disso para pagar dívida, é um país que já tem o dinheiro necessário para impedir que crianças tenham que trabalhar ao invés de ir à escola", afirmou Cristovam.

Prioridades
"O caminho para a abolição é a revolução nas prioridades no uso dos recursos públicos brasileiros e o lugar da revolução é a Comissão Mista de Orçamento. É ali que se decide onde gastaremos o dinheiro: se em obras de luxo ou em obras necessárias, se em incentivos a setores privilegiados ou em benefícios aos necessitados", disse.

Numa análise comparativa entre a realidade atual e a dos períodos pré-abolicionista e abolicionista, o senador petista afirmou que enquanto o Brasil continuar combatendo a exclusão social com pequenos gestos assistenciais não haverá a transformação necessária. Segundo ele, é preciso que haja gestos radicais.

"Abolimos, mas não extinguimos completamente. Este é um país com a história incompleta e cabe a todos nós completar este ciclo que se iniciou em 1888", discursou.



As informações são do Globo Online.

   
 
 
 

NOTÍCIAS ANteriores
31/03/2004 Universidades federais vão receber reforço de R$ 54 milhões em abril
31/03/2004
Serasa: inadimplência cai, mas não há o que comemorar
30/03/2004
Governo quer controlar hora extra para facilitar criação de empregos
30/03/2004
Universidade demora a usar tecnologia na educação
30/03/2004
Idosos serão os primeiros a receber a restituição do IR
30/03/2004
Falta de infra-estrutura leva doentes a migrar para cidades com centro hospitalar
30/03/2004
CNT-Sensus: situação social piorou, avaliam entrevistados
30/03/2004
Lula diz que não faz milagre, prega otimismo e nega crise
30/03/2004
Remédios terão reajuste médio de 5,7% a partir de amanhã
30/03/2004
Para Dulci, desemprego é resultado de "ciclo desastroso de políticas neoliberais"