|
No último dia 25 de maio,
o Sebrae divulgou resultado de pesquisa "Diagnóstico
Sócio-econômico do Distrito de Itaquera"
realizada em parceria com a Fundunesp - Fundação
para o Desenvolvimento da Universidade Estadual de São
Paulo. O evento, que aconteceu no auditório da Faculdade
Santa Marcelina, contou ainda com o apoio da Subprefeitura
de Itaquera, Ciesp – Zona Leste, FASM – Faculdade
Santa Marcelina, Associação das Indústrias
da Região de Itaquera e Senac-SP.
O levantamento, como lembra o gerente
regional do Sebrae-SP na zona leste, Joaquim Batista Xavier,
foi realizado em 2004 em 13 bairros da região Itaquera
por meio de pesquisas de amostragem domiciliar e empresarial,
realização de entrevistas com as lideranças
e entidades locais e levantamento de dados secundários,
projetos, ações e programas já existentes
na região: "o objetivo era conhecer o território
mais profundamente e ter um panorama da região com
foco na Região Metropolitana", explica Xavier.
Uma das principais finalidades da
pesquisa é identificar oportunidades de atuação
de forma sistêmica e compartilhada com as lideranças
locais e priorizar a elaboração de projetos
que promovam o desenvolvimento efetivo dessas localidades,
por meio do estímulo ao crescimento de micro e pequenas
empresas sustentáveis, com ações estruturadas
e apoio e articulação dos movimentos locais,
focalizando áreas de exclusão social e baixo
dinamismo. "A partir desses dados, vamos estudar iniciativas
de valorização para o desenvolvimento local
do Distrito de Itaquera", completa.
Entre outras informações,
a pesquisa apurou que é grande a concentração
de jovens na região e ainda o número de entidades
do terceiro setor e potenciais parceiros. "Queremos incentivar
e motivar o jovem empreendedor", diz Xavier. Entre os
setores industriais de maior concentração estão
o metal-mecânica, as confecções e a culinária.
"É importante que estas micros e pequenas empresas
da região conheçam ferramentas de gestão
de negócios para que possam crescer e contribuir para
o desenvolvimento da região", explica Xavier.
O diagnóstico foi baseado na metodologia do projeto
URBE - programa do Sebrae para o desenvolvimento sustentável
em médias e grandes cidades e áreas metropolitanas,
onde projetos pilotos já foram realizados em outras
cidades como Natal, Campo Grande, Belo Horizonte, Recife,
Rio de Janeiro e Porto Alegre.
O evento contou ainda com a palestra
"Desenvolvimento Local e Setorial", realizada pelo
sociólogo e consultor do Sebrae Nacional Juarez de
Paula. Ele destacou principalmente a importância do
desenvolvimento da qualidade de vida (humano, social e sustentável)
para que o desenvolvimento local seja efetivo: "e isso
depende da articulação de diferentes elementos
como capital humano, capital social, capital produtivo e cultura
empreendedora", explica o sociólogo. Outro ponto
de atenção, segundo Juarez de Paula é
quanto à sociedade organizada que, segundo ele, deve
ser bem preparada: "todo desenvolvimento depende de protagonismo
local, por isso a importância do sentimento de pertencimento,
atitude empreendedora, auto-estima, auto-confiança
etc", completa. Ele lembra ainda que o desenvolvimento
também exige mudanças, especialmente de transformação
entre Estado-Mercado-Sociedade: "é importante
que se pense em parceria, em uma relação de
cooperação entre esses setores para que haja
um desenvolvimento local efetivo", esclarece. "É
fundamental que sociedade civil articulada com o poder público
e com empresas pensem de forma participativa num diagnóstico",
concorda gestor da área de Desenvolvimento Social do
Senac, Jorge Duarte.
Na palestra, o sociólogo destacou
também a importância ainda da criação
de redes sociais , da organização de atores
locais, criação de fóruns, conselhos,
consórcios etc: "Com a parceria com o Senac poderemos
desenvolver uma Rede Social Itaquera e incentivar o terceiro
setor da região", anima-se e concorda Xavier,
lembrando que o terceiro Setor da região ainda apresenta
um caráter mais assistencial. "A gente já
vem conversando com o Sebrae sobre como podemos, juntos, contribuir
para o desenvolvimento local de Itaquera", diz Jorge
Duarte, do Senac. E completa: Neste momento, o Senac está
trabalhando com o projeto Formatos Brasil, que é o
primeiro ponto do Senac para a promoção do desenvolvimento".
O "Formatos tem como objetivo capacitar lideranças
com ferramentas de gestão e dar oportunidades para
essas organizações para que elas continuem se
encontrando e formando uma rede: "Nosso ponto principal
é a formação de capital social. Nós
entendemos ser fundamental que a sociedade civil se fortaleça
e para isso é importante que ela se conheça,
se organize para que construa coletivamente ações
e projetos que possam beneficiar suas próprias comunidades",
completa Duarte.
O gestor do Senac destaca ainda a
importância da pesquisa realizada pelo sebrae para a
criação de uma rede de articulação
na região que pense o desenvolvimento local: "Ter
dados de pesquisa é sempre fundamental para sabermos
o que realmente ocorre em uma região. Num primeiro
momento essas informações sem dúvida,
podem orientar uma rede a direcionarem melhor as suas ações
e também na formação do plano para o
desenvolvimento". Ainda segundo Duarte, o Senac deve
continuar o contato com o Sebrae a fim de fomentar a criação
de uma rede social, como citou Xavier, provavelmente para
junho. "essa parceria entre Senac e Sebrae é fundamental
para o desenvolvimento do capital humano da região",
empolga-se De Paula. Numa outra fase, como bem lembrou Xavier
deverá ser uma reunião com pequenos grupos de
trabalho: "é importante também que haja
disseminação e democratização
das informações e articulação
de grupos que visam o desenvolvimento local", finaliza.
Segundo informações
do site do sebrae, a zona leste de São Paulo é
a região mais populosa da cidade, com cerca de 3,3
milhões de pessoas (33% do total paulistano e 17,76%
da população da Região Metropolitana
de São Paulo), segundo dados da
Prefeitura de São Paulo. A População
Economicamente Ativa (PEA) que vive na zona leste é
composta por 1,7 milhão de pessoas, o que representa
31% do município de São Paulo. Segundo dados
do Ministério do Trabalho, existem na região
93 mil empresas formais, o que corresponde a 23% das empresas
do Estado de São Paulo.
O resultado da pesquisa pode
consultado na Biblioteca da Faculdade Santa Marcelina –
Campus Itaquera que fica na Rua São José das
Duas Barras, 95 em Itaquera. Mais informações
com o sebrae pelo telefone: (11) 6225 2177.
LISANDRA MAIOLI
do site setor3
|