A exemplo do que já ocorre
nas avenidas Paulista e Sumaré, a alameda Gabriel Monteiro
da Silva, (na zona oeste de São Paulo) também
pode ser fechada e transformada em um espaço de lazer
aos finais de semana. A diferença é que o foco
dos eventos na alameda seria design e decoração,
seguindo a mesma linha das dezenas de lojas instaladas no
local.
A proposta faz parte do projeto do grupo Arq Zona, que venceu
um concurso realizado pela associação de lojistas
da Gabriel Monteiro da Silva para revitalizar a região.
Arquitetos renomados como Ruy Ohtake e Bruno Padovani participaram
do júri.
Amanhã, representantes da associação
devem ir à prefeitura conversar sobre a integração
da alameda ao Programa de Requalificação de
Ruas Comerciais, do qual já fazem parte ruas como a
25 de Março (centro) e João Cachoeira (Itaim
Bibi).
O projeto ganhador prevê o enterramento da fiação
elétrica, a adoção de piso podotátil
e guias rebaixadas, para facilitar o deslocamento de pessoas
deficientes, e remanejamento dos locais de estacionamento.
Tenda
"Mas o diferencial desse grupo foi a utilização
dos espaços públicos para a realização
de eventos aos fins de semana", diz Rose Trovato, coordenadora
da Associação Alameda Gabriel.
O projeto prevê que, nessas ocasiões, uma tenda
de lona seja instalada sobre o quarteirão. A estrutura
pode ser instalada e retirada em pouco tempo e sua instalação
antes do evento não atrapalha o fluxo do tráfego,
afirma a estudante de arquitetura Erika Guzão, 26,
que integra o grupo Arq Zona.
"Como a alameda é muito comercial, eles queriam
alguma coisa que fizesse os clientes criarem um vínculo
com o local. Por isso, pensamos nessa área de eventos,
coberta pela tenda", diz Guzão.
Foram inscritos oito trabalhos no concurso, que era restrito
a alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Anhembi Morumbi. Os quatro estudantes do grupo vencedor ganharam
uma viagem de uma semana a Porto Seguro (BA).
Segundo Trovato, a meta é implementar algumas idéias
de outros projetos à proposta final de revitalização
da rua. O próximo passo da associação,
segundo a coordenadora, será contratar um arquiteto
que adapte a proposta às especificidades da lei de
zoneamento e faça o orçamento da reforma. "Só
depois disso poderemos definir um prazo."
AMARÍLIS LAGE
da Folha de S.Paulo |