Período concentra despesas
com 13º e dissídio de funcionários de prédios,
aumento das tarifas públicas, além de encargos
previdenciários
Moradores de prédios devem se preparar. A taxa de condomínio
vai aumentar de 12% a 15% entre os meses de outubro e dezembro.
A alta afetará principalmente os edifícios que
não têm reserva financeira e aqueles que não
fizeram provisão de recursos durante o ano para bancar
o aumento de despesas do último trimestre.
O dissídio dos funcionários
de prédios, em outubro, é um dos componentes
que puxarão a taxa de condomínio para cima.
Além disso, nesta época, os moradores também
têm de arcar com o pagamento das duas parcelas do 13º
salário (em novembro e dezembro) e a alta nas tarifas
públicas ( água e luz) ocorridas nos meses de
agosto e setembro.
Impactos
Segundo Cláudio Anauate, presidente da Associação
das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios
(AABIC), o primeiro impacto no valor do condomínio
veio em agosto, com o aumento da energia elétrica de
11,35%. Esse reajuste representa uma elevação
de 1% na taxa de condomínio. Em setembro, foi a vez
da tarifa de água subir 18,95%, impactando os custos
do condomínio em aproximadamente mais 2,2%.
Este mês, os funcionários
de edifícios comerciais e residenciais terão
reajuste salarial de 15%. O aumento no salário deverá
representar mais 8,5% de acréscimo sobre a taxa de
condomínio. Para o presidente da AABIC a única
saída para os síndicos dos edifícios
comerciais e residenciais será elevar a taxa do condomínio
e não optar por um rateio entre os moradores. “Rateio
não adianta, porque seria necessário soltar
um boleto extra todo mês até dezembro para bancar
o aumento das despesas.”
Somente para cobrir o 13º salário
dos funcionários, os proprietários terão
de desembolsar meio condomínio a mais. “A questão
dos custos precisa ser repensada por síndicos e condôminos,
para não haver sobrecarga todos os anos”, avisa
Cláudio Anauate.
Provisão
De acordo com a AABIC, existem prédios em São
Paulo que desde o começo do ano vão formando
uma provisão. O dinheiro recolhido, mês a mês,
é aplicado e sua utilização ocorre no
final do ano para o pagamento do 13º salário e
os respectivos encargos trabalhistas (como o INSS sobre o
13º e a média de horas extras).
“Isso evita os problemas registrados
em dezembro, quando, além das despesas condominiais,
vêm os gastos pessoais, que crescem devido a festas
e decoração natalinas, as cestas de Natal, gratificações
para entregadores e funcionários.”
A grande maioria dos prédios,
porém, não faz provisão em 12 meses e
necessita cobrar valores mais altos, no final do ano, rateando
o 13º em apenas duas ou três parcelas que pesam
no bolso, diz a AABIC. Para a entidade, a provisão
dividida em 12 meses é a melhor saída para evitar
o impacto dos custos de fim de ano. Ele recomenda a inclusão
do valor das férias dos funcionários para o
morador não sentir o peso de pagar o salário
mais um terço.
ELZA YURI HATTORI
De O Diário de S. Paulo
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