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Vanessa Sayuri Nakasato
Pesquisa divulgada ontem pelo IBGE
mostra que a população de São Paulo aumentou
18 vezes nos últimos 80 anos. Saltou de 579.033 habitantes,
em 1920, para os mais de dez milhões atuais, conforme
o Censo 2000.
O crescimento do município
iniciou-se no fim do século XIX e contou, sobretudo,
com a chegada de imigrantes estrangeiros e de outros estados
que, por muitas décadas, vieram atraídos pela
oferta de trabalho.
Segundo dados da publicação
Estatísticas do Século XX, só em 1935,
entraram no Brasil 45.012 estrangeiros. Dentre eles, 20 mil
radicaram-se em São Paulo.
Até 1950, a população
de São Paulo (2.198.096) ainda era inferior à
da cidade do Rio de Janeiro (2.377.451). Mas, em 1960, uma
década depois, a capital paulista já ultrapassava
em mais de meio milhão de habitantes a então
capital federal.
Mudança
Apesar da imigração desenfreada do século
passado, São Paulo não é mais uma cidade
de imigrantes. De acordo com o IBGE, entre 1995 e 2000, imigraram
para a metrópole 428.181 pessoas e emigraram 378.793.
Grande parte dos imigrantes veio da
Bahia (120.760), seguido pelos pernambucanos (52.851), mineiros
(38.656) e cearenses (30.680). Em relação aos
estrangeiros,195.497 residiam em São Paulo no ano 2000.
A maior colônia era a portuguesa (63.274), seguida pelos
japoneses (22.005), italianos (19.786) e espanhóis
(13.782).
Quanto a emigração nesse
período, o principal motivo foi a baixa renda. Enquanto
o rendimento médio dos paulistas era de R$ 1.699,62,
no ano 2000, o dos nordestinos era de R$ 638,22. Dos naturais
de outros estados, o rendimento médio era de R$ 1.195,00
e, dos estrangeiros, de R$ 2.862,20.
Fama de trabalhador
Os paulistanos, sejam de nascença ou de coração,
fazem jus à fama de trabalhadores. Das 4.376.542 pessoas
ocupadas em 2000, apenas 1,9 % (86.599) trabalhavam menos
de 14 horas por semana. Em compensação, cerca
de 38,3% (1.678.644) trabalhavam de 40 a 44 horas, 17,8% (781.100)
entre 44 e 48 horas, e 26,8.% (1.172.944) mais de 49 horas
semanais. Ou seja, 83% trabalhavam pelo menos cinco horas
por dia.
Escolaridade
A maioria dos paulistanos possui nível de instrução
intermediário, segundo o Censo 2000. Das 8.727.317
pessoas com mais de 10 anos, 4,6% (407.936) têm menos
de um ano de estudo e 9,6% (838.339) têm 15 anos ou
mais. Cerca de 32% (2,8 mi) estudou de quatro a sete anos;
19,4% (1,7 mi) freqüentou a escola entre oito a dez anos;
e 22,9% (2 mi) estudou entre 11 a 14 anos de estudo. A taxa
de alfabetização é de 95,4%.
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