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O diretor da Escola Estadual Professor
Alves Cruz, Wilson Roberto Pedroso, pediu o direito de responder
à matéria publicada neste veículo, no
último dia 15. O texto relatava uma passeata organizada
por seus alunos até a Diretoria de Ensino da Regional
Centro-Oeste (Deco). Eles foram pedir apoio às autoridades
competentes. Segundo os estudantes, a escola está depredada,
abandonada, os professores faltam às aulas e o diretor
é omisso aos problemas apresentados.
O site GD procurou Pedroso para uma
entrevista. Mas, conforme ele, a Secretaria Estadual de Educação
não o autorizou a se pronunciar. A carta-resposta,
escrita por alguns professores da escola, foi enviada hoje
pelo diretor à nossa redação.
Segue a carta na íntegra:
Nós, professores, funcionários,
pais, e alunos representantes de classe, sentindo-nos diretamente
ofendidos diante das injustas acusações feitas
por poucos alunos (respaldados por pessoas que querem denegrir
a imagem da Escola e de todo um sistema) vimos por meio deste
protestar contra as injustas acusações publicada
pela FOLHA-ON-LINE, no dia 15/06/2004, assinada por Veridiana
Novaes.
O artigo faz acusações levianas ás quais
gostaríamos de refutá-las uma a uma pela ordem
em que foram colocadas:
1- O Sr Diretor Wilson Roberto
Pedroso não é uma pessoa omissa, sempre esteve
presente em todos os eventos da Escola, cumpre seus horários,
atende com presteza os professores, funcionários, pais
e alunos. É inteligente, criativo, comprometido com
a Educação, aberto ao diálogo e um cumpridor
das normas que regem o Ensino Público do Estado. Sempre
que necessário chamou a polícia, fez B.O, procurou
juizes de menores, documentou-se e muitas vezes assumiu funções
de funcionários e professores para o bem da Escola.
É uma pessoa alegre e comunicativa, conquistou a todos
em pouco tempo, criou um ambiente de responsabilidade e companheirismo
fundamentado no diálogo aberto.
2- Entendemos ser oportuno colocar
que nesta Escola, contrariamente ao noticiado nos jornais
do Dia 15/06/2004 sentiu que houve um aumento significativo
da violência depois da implantação do
programa da Escola da família, embora os frutos desse
programa tem sido positivo. Segundo alguns educadores houve
uma exposição excessiva das fragilidades da
Escola ( Física e estrutural ) as invasões e
roubos ocorreram de madrugada e por sua vez os policiais são
sempre duramente criticados por tudo que fazem: se revistam
os alunos ou não; se são enérgicos ou
complacentes; se entram na Escola, ficam no pátio,
na rua, na praça, etc...
3- Vandalismo – Realmente,
a Escola está toda pichada, seja, com carteiras e cadeiras
depredadas.
As diversas tentativas de restaurá-las
sempre foram frustradas e ultimamente manifestações
de rebeldia e insatisfação estão acontecendo
com mais freqüência em revolta ao trabalho de prevenção
e coibição quanto ao uso de cigarros, bebidas
e drogas.
A Direção tem se
empenhado na identificação dos alunos através
de carteirinhas escolares, não permitindo a entrada
de pessoas estranhas à Escola, bem como a cabulação
de aulas.
Além da aparência
degradada há problemas estruturais graves como vazamento,
fiação antiga, goteiras etc. ( devidamente enumeradas
no documento.....).
Em momento algum o Diretor pode
ser culpado por isso, uma vez que quando ele aqui chegou os
problemas já existiam e a reforma já havia sido
concluida.
4- “Aulas defasadas”
Os alunos reclamantes não têm razão, não
entram na sala de aula há semanas. São faltosos,
omissos, descompromissados, ( fichas anexas ).
Os professores são efetivos ( a maioria ) não
faltam, e quando faltam avisam a direção, deixam
matéria e quase sempre há professores eventuais.
Raramente os alunos ficam em aula vaga, e muitas vezes o próprio
Diretor entrou na classe para dar aula.
5- Os alunos deixam claro em seu
manifesto que o ensino da Escola está decadente e que
a associação Fênix é que faz a
diferença com suas oficinas de maracatu, fotografia,
mangá e projeto guri , só que no nosso entender
o Projeto Guri pertence à Secretaria da Cultura ) e
que acontece em outras escolas sendo sempre muito significativopara
todos os envolvidos.
6- Ficamos chateados uma vez que
em momento algum eles mencionaram o excelente aproveitamento
do Alves Cruz no Saresp, realizado em novembro de 2003. (
Como mostram os gráficos da Secretaria de Educação
). Certamente essas notas são fruto do trabalho em
sala de aula de todos Os professores que têm a árdua
missão de ensinar Português, Matemática,
línguas, Física, Química, Filosofia a
todos os alunos interessados ou não,em classes super
lotadas , então, aqui cabe a pergunta, quem é
que faz a diferença? O BOM resultado do Saresp não
é fruto de uma meia dúzia de alunos que tocam
e fazem capoeira e maracatu uma vez por semana, muito menos
pelos desenhos de mangá, etc... O Fenix tem seus méritos,
sim, mas no lazer e no fazer cultural que as oficinas propiciam
a comunidade e aos poucos alunos que delas participam. O pedagógico
quem faz são os profissionais pagos e orientados pela
Secretaria da Educação, que constroem sua história
hora por hora, dia por dia, ano por ano, com todos os alunos.
Se o intuito desses alunos
é afastar o Diretor dessa Escola , o nosso é
mantê-lo.
Um profissional se faz com experiência, sensibilidade,
estudo, competência. e com alguém que acredita
nos frutos da Educação Pública, pois
além de profissional da Educação, é
pai de duas adolescentes que sempre estudaram na Rede pública
Estadual por opção.
A Delegacia de Ensino tem
o dever de averiguar os fatos e pesquisar quais são
os verdadeiros interesses de quem dá respaldo a tão
inconseqüentes e maldosas acusações.
Estamos enviando cópia
ao Excelentíssimo Sr Governador Geraldo Alckimin do
Estado de São Paulo ao Presidente da Assembléia
Legislativa, ao Digníssimo Secretário da Educação
Sr Gabriel Chalita, à Dirigente Regional de Ensino
Sr.ª Sonia Maria M. de A. Scaglioni, à Supervisora
de Ensino Sr.ª Maria Cecília Mello Sarno.
Leia o texto publicado:
- Alunos de escola
pública fazem passeata por seus direitos
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