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mudança
29/04/2004

Fórum social chega ao Jardim Ângela

A região do Jardim Ângela, zona sul da capital, já era conhecida pela violência, o desemprego, a falta de hospitais e suas favelas. Agora ganha mais um título, desta vez numa tentativa justamente de mudar essa cara. Desde ontem à noite, o bairro se tornou sede do Fórum Social Sul - SP, uma reprodução em pequena escala do Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre pela primeira vez em janeiro de 2001.

O evento de Porto Alegre era uma oposição ao Fórum Econômico Mundial de Davos, que reúne na Suíça os países ricos. Em 2004, o fórum alternativo foi feito em Mumbai, na Índia, mantendo o perfil de "encontro dos pobres".

Com o lema "Uma outra periferia é possível, necessária e urgente", o movimento do Jardim Ângela, que vai até sábado, é a primeira iniciativa para lidar em pequena escala com a pobreza tratada de forma global. O fórum é organizado por 57 entidades dos bairros e municípios do sul da capital e da Grande São Paulo.

"Precisamos colocar em prática um novo jeito de governar", disse o padre Jaime Crowe, 59, da paróquia e Sociedade dos Santos Mártires, um dos idealizadores do Fórum Social Sul - SP. O padre trabalha há 35 anos na zona sul e está há 17 no Jardim Ângela.

Crowe conhece as 584 favelas da região, algumas delas com índice de desemprego que chega a 60%. "Em algumas áreas há mais fome do que nas Guaribas citadas pelo presidente Lula", disse. Na saúde, há 0,33 leito por mil habitantes.

"A prefeita diz que o centro é o cartão postal de uma cidade, mas as grandes obras, como o metrô e o prédios de luxo, foram construídos pela mão-de-obra barata da periferia", afirmou Crowe.

A fala foi uma referência à prefeita Marta Suplicy, que minutos antes tinha aberto o encontro com 40 minutos de um discurso onde listava todas as obras de seu governo. "Encontramos uma cidade cheia de dívidas e não nos perguntamos onde foi parar esse dinheiro. Há bastante para fazer, estamos fazendo o que é possível e vamos fazer mais" disse ela com o entusiasmo de um comício.

A região sul tem uma tradição de movimentos organizados e de reivindicações. Ontem, cerca de 1.500 pessoas-segundo os organizadores- se juntavam debaixo de grandes tendas brancas para acompanhar a abertura do fórum.



AURELIANO BIANCARELLI
da Folha de S.Paulo

 
 
 

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