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projeto
29/04/2004

Motoboys serão tema de discussão em salas de aula

Veridiana Noves
Vanessa Sayuri Nakasato

A partir de maio, os motoboys vão invadir as salas de aula de escolas públicas e particulares da cidade de São Paulo. A exibição do documentário “Motoboys_vida loca” marcou o lançamento do projeto educativo “São Paulo 450 Anos Luz 2004” em sessão exclusiva para educadores na Praça Aprendiz das Letras, na Vila Madalena, no último dia 28.

O documentário, premiado pelo júri popular na 27ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, traz à tona a questão dos motoboys e o que eles representam na complexa teia social da capital paulista. O tema deixa margens para amplas discussões sobre a cidade, o seu cotidiano e as possibilidades educativas em torno do assunto, incorporando-o ao currículo formal das escolas.

Segundo o roteirista do filme, Giuliano Cedroni, os motoboys são um problema recente do município que ninguém sabe como resolver. Dados da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) mostram que acidentes de motos matam dez vezes mais do que acidentes de carro. Estima-se que, hoje, aproximadamente 300 mil motoboys circulem pela cidade e pelo menos dois morram por dia. “Como são computados apenas as pessoas que falecem no local do acidente, as autoridades não sabem, ao certo, quantos motoboys morrem trabalhando”, afirma Cedroni.

A idade média da maioria dos motoboys é de 20 a 25 anos, e o salário varia entre R$ 400 e R$ 1.500. O diretor do filme, Caíto Ortiz, afirma que esse trabalho é a alternativa de sobrevivência de muitas pessoas. “Existe aquele estereótipo de que os motoboys são jovens irresponsáveis que só atrapalham o trânsito. Eu também tinha essa visão. Mas, durante as filmagens, descobri que ser motoboy é a saída para muita gente que acabou de perder o emprego, inclusive pais de família”.

Para Ortiz, discutir o assunto com alunos será uma maneira de conscientizá-los sobre a problemática da cidade. “São Paulo é muito complexa. E no trânsito, todos têm razão. São milhões de pessoas nas ruas que não se falam. É essa falta de diálogo que gera tanto transtorno. É importante expor aos jovens todos os lados da questão”.

Segundo a coordenadora do projeto, Minom Pinho, incluir o documentário Motoboys como opção de trabalho nas escolas é uma forma de estimular, por meio da cultura, estudantes e professores a utilizarem São Paulo como instrumento de aprendizado.

O projeto “São Paulo 450 Anos Luz”, idealizado pelo jornalista Gilberto Dimenstein e patrocinado pela Comgás, tem como objetivo principal transformar a capital paulista em um eixo transversal e multidisciplinar de educação. Inspirado no livro “São Paulo 450 Anos Luz”, Editora de Cultura, guia do professor e site (www.sp450anosluz.com.br), o projeto acontece, desde de 2003, em dez escolas da cidade.

Além de exemplares do livro, as escolas receberão cópia VHS do Motoboys_vida loca para realização de sessões para os alunos seguidas de debate. A ação se destaca pelo uso da mídia cinematográfica como ferramenta educativa para entender a cidade e seus contrastes.

 
 
 

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