Marina
Rosenfeld
especial para o GD
Muito ouve-se falar sobre cotas em universidades, mas o que
nem todas as pessoas sabem é que também existem
cotas para gênero e raça em empresas. Já
são muitas as companhias que, para diminuir a desigualdade
interna, contratam profissionais por meio de cotas.
Entretanto, para a professora da faculdade de Direito de
Coimbra (Portugal), Vera Lúcia Raposo, a utilização
de cotas não passa de uma “discriminação
positiva”. Em outras palavras, por mais que seja uma
medida necessária para eliminar ou reduzir a desigualdade
de um grupo desfavorecido, a cota sempre prejudica um outro
grupo de pessoas que poderia ser contratado pelo seu desempenho.
“Esse tipo de ação impulsiona um novo
tipo de contratação, mas não garante
nada”, afirma a professora. Segundo ela, a aplicação
de cotas para favorecimento de um ou outro profissional, só
funciona temporariamente, enquanto o problema discriminatório
persistir. “Ela provoca efeito, mas só se for
usada por pouco tempo. Só deve servir como um ‘susto’
para que a própria empresa passe a incorporar a igualdade
como um valor”, comenta.
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