Marina
Rosenfeld
especial para o GD
Em apenas um ano, de 2.500 empresas americanas, 350 perderam
seus CEOs, maior executivo de uma companhia. Esse número
mostra que em relação à 1995, o número
de demissões de presidentes aumentou em quatro vezes,
somente no ano passado, e que nem mesmo a pessoa mais importante
de uma empresa está livre de perder o emprego.
Os dados são da consultoria americana Booz Allen, que
revelou que desse número total de demissões,
111 foram motivadas por mau desempenho ou atrito com os conselhos
de administração. De acordo com especialistas,
as demissões devem-se, em parte, ao fato dos CEOs terem
que trabalhar somente com foco no resultado a curto prazo.
“A base de tudo é resultado. Antigamente podia-se
não ter bons resultados, mas a lealdade era importante
e as relações eram de longo prazo. Hoje, há
uma grande cobrança por resultado a curto prazo e quando
ele não é satisfatório pode significar
na perda do emprego”, comenta Karin Parodi, sócia-diretora
da Career Center, especializada em planejamento e gestão
de carreira.
A pesquisa mostra ainda que executivos europeus e asiáticos
foram mais atingidos pela onda de demissões do que
os americanos. Números indicam que, em 2004, esses
CEOs correram duas vezes mais risco de serem mandados embora
do que os que presidem alguma empresa nos Estados Unidos.
O tempo de trabalho em uma companhia também foi reduzido,
em média, para dois anos em meio. “Não
existe certo ou errado, mas acho que para um presidente é
muito pouco ficar só esse tempo porque quando você
está colhendo o fruto, vai embora”, acredita
a especialista.
Karin diz ainda que muitos executivos, de gerentes a CEOs,
estão cansados dessa relação a curto
prazo e que por isso têm buscado alternativas para o
mundo pós corporativo. “Eles começam a
gerenciar sua própria carreira e a buscar um plano
B antes mesmo de serem demitidos”.
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