O
Provão que será divulgado hoje, em Brasília,
está sendo colocado em xeque pela Universidade de São
Paulo (USP), Universidade Estadual de São Paulo (Unesp),
Universidade de Campinas (Unicamp) e pela Fundação
Carlos Chagas.
Até o ano passado, todos os alunos prestes a se formar
tinham de fazer a antiga avaliação do Ministério
da Educação (MEC). No novo método, apenas
alguns estudantes, selecionados pelas faculdades, prestarão
o exame. Ou seja, o resultado será obtido por sistema
de amostragem.
A Fundação Carlos Chagas, que já realizou
20 milhões de concursos em 40 anos e possui reputação
internacional, foi convidada pelo MEC para avaliar o Provão
por R$ 6 milhões. Segundo o presidente da entidade,
Rubens Murilo Marques, a Fundação não
aceitou a proposta por achar a metodologia nebulosa, vaga
e imprecisa.
Marques afirma que o ministério não soube explicar
quais são seus critérios de avaliação.
“Como posso assinar um documento se não sei a
metodologia utilizada?”, disse. Além disso, ele
ressalta que o governo poderia modificar, facilmente, a base
de dados. A entidade enviou uma carta oficial ao MEC recusando
o convite.
As três universidades paulistas também não
acreditam nos critérios adotados. A USP e a Unicamp
já se manifestaram contra o novo Provão e afirmaram
que não vão participar da prova enquanto ela
não for alterada.
Apesar de ter sua seriedade questionada pelas instituições
acadêmicas mais importantes do país, o MEC apresentará
o novo Provão. Ao não esclarecer o sistema à
população, o governo pode comprometer a legitimidade
e a qualidade do ensino superior brasileiro.
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