Uma equipe
de pediatras vem percorrendo escolas públicas da cidade
de São Paulo, nas quais se depara com um show de horrores:
uma parcela enorme de crianças com problemas de saúde,
algumas das quais com doenças transmissíveis.
Quase todas essas doenças poderiam ser facilmente evitadas
e tratadas, o que revela o tamanho do crime - são pessoas
que, por causa disso, terão muita dificuldade de aprender.
Se a situação é assim numa das cidades
mais ricas do país, imagine nas outras.
Os dados preliminares estão espantando as autoridades.
"É de estarrecer", conta o secretário
da Educação da cidade de São Paulo. "Ninguém
consegue aprender nessa circunstância, por melhor que
seja a escola." Encontram-se muitos alunos com anemia
por carência de ferro, o que impede um mínimo
de concentração.
Veja a disparidade. Os problemas dos alunos da USP, a maioria
deles de classe média e alta, conseguem chamar a atenção
de todo o país - e não estão nem remotamente
perto dos problemas de crianças que são chamadas
de burras por falta de um par de óculos ou que estão
com a boca cheia de cáries e a barriga repleta de verminose.
O remédio sugerido para elas, receitado por um bando
de ignorantes, é a repetência para que tomem
jeito e estudem melhor.
Não é possível que, diante de números
tão contundentes, levantados por aqueles pediatras,
não se tomem providências imediatas.
Prefeitura criará sistema especializado em saúde de estudantes
Aprendendo
com Saúde
Óculos
serão distribuídos pelo Ministério da Saúde
Mutirão
para detectar problemas de visão
Saúde
da Escola
Escola dá
vida
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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